quinta-feira, 27 de março de 2014

Ele gostava de ruivas, baixinhas estilo mignon, de olhos claros, suave, terna, meiga.

 Ela gostava de homes morenos, mais velhos, altos, intelectuais, interessantes, pé de valsa. Até que o destino resolve dar uma brincada com ambos. Ela se apaixona por um moleque loiro, baixo, narigudo, birrento e um zero a esquerda no quesito dança. E ele acaba ficando de queixo caído por uma mulher que de altura era quase uma jogadora de vôlei, loira, com sardas, temperamental.
A pergunta que os dois se fazem: o que eu vi nele? Que diabos eu vi nessa garota?
Fugiram do padrão. Não fazem o tipo um do outro. Eles são opostos do que esperam pra um relacionamento.
Ele tem manias esquisitas, não gosta de ler.
Ela é brava, indecisa, quase bipolar.

Reveja seus padrões..cupidos são traiçoeiros! 

sábado, 15 de março de 2014

Eu me encantei por ti no momento em que te vi sorrindo.

 Me encantei quando disse que ouvir Nando Reis era coisa ultrapassada, quando bocejou ouvindo Luiz Marenco, indo pra casa, no meu carro. Teu gosto musical era um tanto duvidoso, reclamava de muitas coisas, discordava de tudo e todos, me encantei. Nas tuas piadas sem graça, eu ria, e reparei que estava perdida em ti.
Não tínhamos muito a ver. Ok. Não tínhamos nada a ver. Mas é com os casais improváveis que as coisas fluem, não é isso que falam por ai? Nós mandamos ver. Quebramos tudo: cama, pratos, inclusive corações.
Eu me apaixonei por ti no momento em que senti o sex appeal que exala por todo o teu corpo. Me apaixonei pela tua pegada, teu jeito de me descobrir, abrir meu sutiã e pegar forte meu cabelo. Tua cara de moleque safado, homem canalha, me fazia apaixonar, enquanto descobria pouco a pouco em que lugar tu estava na minha lista de caras errados. Nessa seleção, enquanto isso, entendi que você era realmente um cara errado. Me apaixonei ainda mais.
Eu me encantei pelo teu jeito menino, intenso, acelerado, instantâneo, pirado, desenfreado, que eu sempre sonhei. Eu me apaixonei pelo teu jeito homem prudente, sereno, duradouro, lúcido, pé no chão, controlado, que eu sempre quis.
Eu me apaixonei por ti e não me arrependo nem me sinto culpada. Entretanto enquanto eu me desapaixonava, descobri que era fugaz, e que ia sair da minha vida do mesmo jeito que havia entrado: rápido. Éramos carne, química, sexo, mordidas, marcas..só!
Agora que findou-se, preciso te dizer que ouvir Nando é muito bacana. Que Marenco representa uma geração com bom gosto musical. Que com as tuas piadas sem nenhuma graça,  só era mais um babaca. E, ainda assim, tenho de admitir que me encantei por ti

domingo, 9 de março de 2014

Hoje amanheci feliz.

Demorei alguns minutos pra assimilar o que aconteceu na noite passada, mas assim que meus olhos abriram, senti que algo havia mudado. Será mesmo que eu tinha recebido aquele sms do Rafael pedindo desculpas por estar a tanto tempo longe? Será mesmo que não havia sido um sonho?
Numa tentativa frustrada, apalpei o bidê apalpando meu celular e só encontrei-o enrolado em meio às cobertas. Era agora ou nunca. A hora ‘H’. Clico em mensagens e conto até 3 para abrir a caixa de entrada: lá estava a mensagem dele, com a cartinha quase pulando pra fora querendo dizer ‘’ei, é verdade, estou aqui. Leia-me novamente para eu ver esse sorriso.’’
Céus, esse guri mexia tanto comigo e eu não sabia dizer ao certo o porquê. Só pode ser aquela historia de amores mal resolvidos, sabe, que eles ficam te atormentando até que tudo seja concertado.
A gente tem essa sina de precisar ter a confirmação: do começo, do meio e principalmente do fim. Gostamos e precisamos ouvir ‘’acabou’’ soletrado e bem alto e ainda pedimos mais, pedimos a sinceridade de um ‘’não gosto mais de você’’. Mas e quando esse script muda? E quando o término vem com o silencio, olhares perdidos, cabeça baixa e caminhos diferentes? Eu chegava a pensar o quanto ele sentiu minha falta, será que ele tava pensando em mim. Eu pensava. Não que eu pensasse nele o dia inteiro mas ele sempre vinha em alguma hora do meu dia me dar um ‘oi, ainda estou aqui, dentro de você’..tanto quando eu lavava os cabelos e lembrava que ele dizia que o meu cheiro natural era melhor do que qualquer shampoo e condicionador bafônico no mundo; seja quando passava um carro de cor estranha e eu lembrava que ele dizia que a melhor cor pra um carro meu seria um verde caganeira. Talvez a convivência tivesse deixado um pouquinho dele em tudo que eu fazia.
Tinha dias que o choro se recusava em sair, que eu sonhava com seu sorriso e abraços tão presentes. A minha vontade de voltar e deixar o orgulho de lado era tão grande, mas aí eu lembrava que ele não era mais o mesmo, que ele era de outra e que o Rafael que eu conheci dera lugar a outro homem com ‘qualidades’ que eu desconhecia.
Fui procurar um lugar pra almoçar. Passei pela praça principal. Me escorei numa árvore. Coincidência ou não, era a nossa árvore. REMPS (Rafael e Manu para sempre), escrito com canivete no tronco. Quanta tolice.
Nesse momento me assusto com alguém que chega por trás e me dá um abraço caloroso. Eu senti falta desse abraço. Sabia que era ele
- Idiota, você sempre me assusta!
- E você sempre cai – risos- sabia que você ia passar por aqui logo que acordasse. Estava com saudades. Vim te ver. – silêncio- então, me conta o quão ruim tem sido tua vida sem mim – ele me provoca enquanto me puxa pra sentar no banco ao lado da nossa árvore.
- Para o seu governo, estou me divertindo muito. Não é isso que todos dizem que é pra os solteiros fazer? Pois bem, só estou obedecendo.
- Acho que ainda te conheço um pouco e não consigo acreditar nisso...
- Credo, tu é sempre tão convencido. Afe.
- É porque achei que a tua vida, Manu, tivesse sido tão horrível quanto a minha.
Ele sempre dava um jeito de me deixar sem graça e sem palavras.
- Rafa, é que...
- Ei – ele me interrompe- sei que tu tem toda a razão de me odiar e me achar o cara mais ordinário do mundo, porque realmente eu fui, querendo provar pra todo mundo que não precisava de menina nenhuma pra ser feliz. E não precisava mesmo. Precisava de mulher. Ou melhor. De você. Eu só precisava me conhecer de novo.
- você parecia muito bem declarando amor pra tua namoradinha.
 Ele suspira, dá um sorriso, e pega no meu queixo.
- Você é muito tola mesmo. Meu namoro não tinha nada de perfeito. Eu gosto de pessoas imperfeitas. Na verdade, gosto das tuas imperfeições. E não entendi porque não conseguia ser feliz com ela..por que só pensava em ti.
- Rafa, é porque é impossível seguir em frente quando a outra página ainda não recebeu um ponto final.
Ele me encara e logo questiona
- E você quer dar um ponto final ou prefere acabar essa história da melhor maneira?
- Eu..eu..
Nos beijamos.