de novembro de 2011, criei uma aversão às festas de finais de ano. Desde o natal, onde o Papai Noel esquece de metade da população mundial -crianças, adultos, pretos, brancos, pobres, favelados- , até o ano novo, que apesar de ser símbolo de renovação também é tempo de família, e a tal está em falta com uma estrelinha no céu. Podemos pular as sete ondas, comer as sete uvas e um prato de lentilha sozinha, pular num pé só, jogar champanhe pra trás, guardar folha de loro, colocar calcinha arco-iris -pra ver se melhora pro ano que vai chegar, em todos os aspectos- e fazer mil e uma simpatias: o que tiver que ser, será! Mas em uma coisa, tenho que concordar com todos: final de ano é sim um ano de reflexões. O ano ta no fim, e tenho certeza que 95% das promessas não foram cumpridas, aliás, ninguém cumpre todas as promessas. 2013 vai ser diferente, pelo menos pra mim. Cansei de prometer o que eu não vou cumprir, tenho que deixar o ano rolar, tenho que fazer conforme o balanço do mar, dançar conforme a música. Sobretudo, o que se fez e se desfez, o que eu disse e desdisse, o que acreditei e logo depois achei que não iria dar certo..sobre tudo isso, a única coisa que peço é saúde, realizações e que os bens não sobressaiam nunca meus valores. Quero muitos sorrisos e risos -daqueles que fazem a barriga doer, sabe?-, apesar de entender que as lágrimas virão e serão necessárias para minha maturidade. Quero desapegar de tudo aquilo que me fez mal, conhecer pessoas novas e esquecer aquelas que me esqueceram; desapegar de velhos sentimentos e mágoas antigas, pra que esse espaço dê lugar a um sentido novo na minha vida, até pra eu ter força de deixar as pessoas, que insisto em segurar do meu lado, irem. Final de ano, é época de terminar aquee livro que está na cabeceira a alguns longos meses, de aprender a cozinhar alguma coisa especial, de beijar aquele garoto que toda a balada que você vai está lá, com uma camisa gola V de ''vem ni mim''; tempo de amar sem acreditar demais, de matar a saudade que corta o peito, encontrar quem perdeu no caminho e transformar o errado em certo, tempo de quebrar regras, faze-las novas e quebra-las novamente; tempo de finar-se ciclos, tempo de colocar pontos finais.
Pensando bem, todo o fim de ano tem um gostinho de 21 de dezembro, gostinho de fim de mundo. 2013 está ai, apontando absolutamente novo e inesperado. Muitos, só nessa época colocam as palavras a funcionar, com o propósito de escrever com sua própria caligrafia, mais um ano de amores, dores, sucessos e fracassos. Não prometa mudanças que você não conseguirá cumprir, apenas aceite as que virão com o tempo, elas chegam naturalmente, de mansinho e viram um furacão! Portanto entenda que não fazer palos, é fazer planos e esperar que a vida te surpreenda. E acredite, ela irá te surpreender! Não coloque todas a sua fé em simpatias, dedos cruzados, no seu signo, ascendente, moedas jogadas no poço ou pedido à estrela cadente: tudo depende de você! Ok, não tem como negar que depende um pouco do acaso, é verdade, mas no que você puder atuar com carater, um belo sorriso e um coração cheio de amor - porque amor meu bem, esse nunca é demais- você estará meio caminho andado.
Nos encontramos por ai, no ano que vem leitores. Vem ano novo, vem 2013, vem...