já me sentia livre, e disposta a ouvir a resposta, então perguntei: Ei doutor, sou bipolar? Calmamente vi um sorriso se abrindo, pensei logo que já não ia ser tão duro ouvir a verdade, afinal, que atire a primeira pedra a mulher que não gosta de barbas mal feitas e se sorrisos largos.
- Brunna, quer mesmo saber? tu evoluiu muito nesses últimos meses, alias, esse ano foi um grande ano de amadurecimento pra ti. quando chegastes aqui, mal conseguia ouvir que tu era ciumenta sim, e que mesmo negando, continuava sendo possessiva, e que mesmo brava, ia continuar a melhorar por ti, não por mim. A verdade, é que de bipolar tu não tens nada. O que eu vejo em ti, é uma guria com sentimentos intensos, cheia de expressões guardadas e extremamente sincera.
- É isso, exatamente ai que eu queria chegar. Nunca fiquei tão feliz em uma consulta, até que um dia a gente concordou em alguma coisa hein doutor!
(risos, muitos risos e sorrisos tomaram conta na sala naquele momento. Me senti um tanto envergonhada, não sei se eu gosto quando as pessoas começam a me ''descobrir'' sabe. Tenho essa ''armadura'' justamente pra isso, pra ser o que eu sou, sem que muitos façam ideia.)
- Pois bem, -continuei- acredito que minha sinceridade ainda vai me render uma boa surra sabe. Como uma típica libriana, não mando recados, me perguntou terá a resposta, mesmo que ela seja dura.
Já dizia minha avó: Que fiquem tristes pela verdade sabendo do teu caráter, do que pela mentira, duvidando de todo o resto que já foi verdade.
- Quantas Brunnas moram ai? É por isso que tu te julga bipolar, não é?
Não contive o riso. Confesso, que nem eu mesma sei responder. Sou tantas em uma só...
Foi então que ele explicou-me a origem da palavra sincera. A tal vem do latim e significa “sem cera”. Isso, porque antigamente na Roma Antiga, ao disfarçar os defeitinhos nas esculturas, os carpinteiros usavam cera, então os senadores pediam estátuas ''sem cera'', o que era um termo significativo de autenticidade.
- Sinceridade é ser ''sem cera'', ser sem máscaras, sem retoques. - disse-me
- É ser sem querer ser o que não é. (complicado, filosófico, mas faz sentido). Não é triste ser sincera, é triste ser cera, tapando os error que, com o o passar do tempo, calor, frio e uso, acabam sempre aparecendo. Porque, doutor, não sabia o quão sem sorte era o homem de lata, por não ter um coração!
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