quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ainda não sei, o que há em algumas pessoas, que não conseguimos resistir!

tenho um pé atrás com essa história de destino, carta marcada, tarô, horóscopo. diante do meu gostar das palavras, ouso em dizer-lhe que algumas pessoas nasceram para rimar.
to te vendo descer a Rua dos Prazeres. assim que te reparo, parece que saio daquele tumulto urbano. tu não é muito diferente dos outros caras que passam por ali, mas alguma coisa te diferencia, e eu não sei o que é. tu ta usando aquela bermuda jeans que acentua teu bumbum, aquela, que parece que tem sempre um diabinho falando baixinho no meu ouvido: 'vai, encara. afinal, não tem nada a perder!'. teu boné virado pra trás te deixa com cara de moleque..moleque atrevido. pergunto-me: por que tantas observações? não obtenho resposta.

não tenho a carne mais fraca, tu não é o príncipe encantado e eu estou longe de ser a princesinha. mas é diferente, contigo, é diferente. imã? talvez seja a melhor explicação.
acredito no potencial do ser humano em adaptar-se. então, através disto, enfatizo que existem cabeças feitas para encaixar perfeitamente em certos peitos. afirmo, que existem colos que realmente colam, abraços com aquele 'quê' de beijo, beijos indubitavelmente eternos. 
mas como entender o que se passa com a gente? será que arriscando falar um pouco sobre a metafísica, ajudaria para explicar a tendência inevitável da somo entre os nossos corpos? na verdade, creio que a nossa aproximação física é uma manifestação muito além de atração. 

mas que diabos existe em ti, que eu não consigo resistir? enquanto não acho respostas, prefiro acreditar na insistente beleza da rima entre os seres. com sorrisos bobos, me deparo contigo e um sentido incontrolável que vai muito além do sexto.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

- ei, da pra eu fechar a janela?

- pode, mas por quê?
- ah, o vento tá bagunçando meu cabelo.
- só de tu deixar eu passar essa música, pode ser?
- aham!
- nossa, como tu ta quieta hoje, o que que foi?
- nada.
- então porque essa cara?
- não é nada.
- odeio quando tu faz isso. eu sei que quando tu fica assim me esconde alguma coisa que te chateou. o que eu fiz dessa vez? fala!
- nada. ( sabe o que é? essa música que ta tocando e tu quer passar...foi a música do nosso primeiro beijo, a nossa trilha sonora. você dizia que adorava meus cabelos quando o vento batia. na verdade, acho que tu não curte quando eu não consigo ser tão espontânea, natural. tu gosta mesmo quando me pega olhando pro nada e fazendo careta. ah, para tudo. escuta. foi nessa parte da música que tu me olhou nos olhos e sorriu. acho que dava pra sentir meu coração batendo aceleradamente. a mãe te odeia até hoje...te odeia por tu conseguir me tirar da cama cedo e com um ótimo humor. ela acha que tu me prometeu alguma coisa em troca disso, e na verdade, não me prometeu nada, a não ser que lembraria sempre da nossa música. é, é essa ai mesmo que ta tocando a alguns segundos e tu nem me olhou ou deu aquele sorriso irônico como quem diz ''lembra?''. ando meio neurótica, pode ser a TPM, mas a verdade é que eu queria mesmo é que tu tirasse a mão do volante, colocasse na minha perna e lembrasse comigo de um dos momentos marcantes da gente. você me irrita. opa, a música parou. acho que vou soltar o cabelo pra ver se você me nota. será que a nossa música ficou velha demais e precisamos de uma nova? -risos- eu nem lembro mais porque fiquei irritada contigo. poxa, não é a canção que importa, porque toda a música que falar de amor, vai faar sobre nós dois.)
- o que foi? que sorriso bobo na cara é essa?
- nada, eu já disse.
- ai ai, mulheres!
- eu já disse que te amo hoje? agora troca essa música logo, porque estou enjoada dela. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Não faz muito tempo

que tu estavas triste, sozinho, pensativo, como se faltasse algo. Na hora, pensei em ir ao teu encontro, correr pro te abraço e te acalentar. Mesmo com essa distância e aquelas palavras que nunca foram ditas, eu me preocupo contigo. Antes  mesmo do primeiro passo, perguntei-me onde ela estaria...queria ter certeza de que não encontraria dos dois juntos. Por que vai saber não é, ela fez da nossa amizade um erro e tu, infelizmente, acreditou. Enquanto me preparava, ela chegou, limpou tuas lágrimas e te puxou pra perto; e em silêncio, seguiram de mãos dadas...te vi sumir no horizonte, ao lado dela. Naquele momento, voltei pra casa e decidi que escreveria esta carta. Sei que tu já não me escuta, muito menos lê o que eu escrevo aqui,  mas se ainda se importar, preste atenção e lembre-se de como era a sua vida antes dela. Mas por favor, desliga logo esse celular! Não espera pra sempre a ligação dela dizendo que nunca mais vai acontecer e que te ama de verdade; talvez por saber que tu vai estar sempre do outro lado da linha atendendo-a,  seja por isso que demore tanto a ligar...ou nunca ligue. Relaxa e age com calma, pois não adianta passar por cima de tudo pra ter um final feliz que só irá durar uma noite, não é mesmo? Aposto que na frase anterior, tu ja ficastes pensando como seria a proxima discussão, o que ela alegaria, qual seria o teu ápice de raiva e descontrolamento. Poxa, não é assim te nos imaginamos com alguém do nosso lado. Te vejo perdendo-se todos os dias, lentamente, mais e mais. Não sei se o tempo muda realmente as pessoas tanto assim, mas te olha no espelho, e vê se tu é a pessoa que ela conta pras amigas, vê se tu é e está feliz como planejou ser. Sabe, eu estava lembrando de como tu era sozinho e carente, da maneira que sorria sem graça com medo de estragar tudo. Da camisa de botão azul marinho com riscas de giz e da calça jeans que combinavam perfeitamente. Cadê? Tu ainda os guarda em algum lugar ou de desfez porque ela achava brega demais? Cara, tu ficavas incrível desse jeito. O que o amor fez com você, menino? Que desperdício de alma, vida e tempo. O amor não pode ser uma gaiola, muito pelo contrário, ele te liberta, nos permite ser aquilo que somos sem medo de rejeição. Deve estar estranhando essas palavras escritas com letras corridas em um pedaço de papel qualquer, eu que sempre fui tão cuidadosa com tudo isso. Mas é justamente por isso, pra te mostrar que histórias podem ser escritas em qualquer lugar e podem ser do jeito que quisermos. Agora mesmo, tantas histórias estão sendo fabuladas e tu aí, vivendo de lembranças, contentando-se com restos. Deixa logo disso menino, o mundo te espera! 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Quer saber?

Mesmo depois de tudo -e sim, eu sei que tu sabe exatamente o ''tudo'' que eu me refiro- eu não desejo teu mal não. E quer saber mesmo? Tenho um carinho por ti, inexplicável. Carinho daqueles que quando eu paro pra lembrar da gente, se é que algum dia houve ''a gente'', só lembro de coisas boas, de momentos de riso incontrolável. Lembro da tua cara de sono, do olhar que quando me concedia parecia não ter fim, dos abraços confortantes e protetores. Lembro dos silêncios, mas era um silêncio no qual eu podia ouvir -deitada no teu peito- teu coração dizendo ''não fica assim''. Como esquecer do teu sorriso e da forma como arrumava meus cabelos. Mesmo depois de tantas mágoas, decepções e porque não dizer aprendizado, são lembranças que ficaram de um tempo bom. Foi bom, foi mágico, me fez amadurecer e foi responsável por boa parte do que sou hoje..fez eu sentir medo, paixão, proteção, e misturou sentimentos de um jeito que eu não sei explicar. Foi tudo, foi nada, foi eterno, findou-se!