terça-feira, 30 de novembro de 2010

e tudo o que eu sei é que as vezes dói ..

e você então, que há muito não me via, volta .. e me revolta também, pois nem ao menos se dá o trabalho de me dar um "oi" ou dizer que, assim como eu, sentiu falta de todo aquele marasmo gostoso e rotineiro dos dias que você passava por perto. no lugar do cumprimento saudoso, porém, vem o sermão; sermão aquele por eu não ter agido do modo exato como você queria que eu agisse. inexato, entretanto, é o que você diz. diz e diz e se contradiz e me deixa confusa .. tudo ao mesmo tempo. será mesmo que a arte da contradição é tão bela assim? já não sei; e devo admitir que, pelo menos agora, não tenho cabeça para saber. e aí você me fala dos seus problemas e reclama da sua incapacidade de controlar as mulheres e se livrar de uma vez por todas da vida de mulherengo. fala e fala e reclama de tudo e de todos, será que não percebe que já não tenho obrigação de ouvir? será que não reconhece todo o esforço que faço para compreender o seu estresse e não te magoar? quanto valem as lágrimas que ficam presas nas cachoeiras dos meus olhos, afinal? menos do que as suas dívidas, aposto, e menos do que os seus problemas também. problemas que para você são sempre os maiores do mundo! o que você não sabe é que a única coisa que os torna tão maiores do que os meus é o fato deles serem seus e não dos outros .. é justamente ao pensar nisso - no modo como me esforço para compreender as suas tantas explosões e palavras desmedidas provocadas pelo estresse - que eu me pergunto por que você não pode fazer isso e me ouvir calada quando sou eu quem quero explodir! esse é o momento em que o meu auto controle mostra-se digno de inveja, se quer mesmo saber. tenho vontade de gritar tudo o que está entre a garganta e os lábios e ser tão cruel quanto eu sei que consigo ser quando estou disposta a isso. tenho vontade de jogar as mais cruéis verdades na sua cara e te fazer sofrer. vontade de te fazer perceber que a culpa dos seus problemas não é minha, tampouco a obrigação de suportá-los. fazer você chorar, como eu sei que conseguiria fazer, e depois rir. rir e me orgulhar por ter finalmente conseguido abrir a boca. mas eu não consigo, eu nunca consigo e nem sei se algum dia vou conseguir! e pela milésima vez em menos de duas horas, eu engulo mais uma vez todas as minhas verdades malignas e os meus desejos. volto a adiar o momento da minha doce explosão, o momento em que eu finalmente me daria o luxo de não me importar se magoaria ou não quem está por perto - o que, convenhamos, tem se tornado a sua especialidade. mas na verdade, eu nem sei se teria toda essa coragem de magoar..afinal, eu ja passei por tudo isso!  e depois de tudo, se quer mesmo saber, eu já nem me importo tanto assim .. e tudo o que eu sei é que as vezes dói.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

eu acredito

 muito na força das palavras, qualquer pequena frase pronunciada com sinceridade me comove, me espanta, me alegra ou me entristece de uma maneira irreversível. talvez até seja por isso que para mim as promessas tenham tanto valor..pode ser o juramento mais inocente da face da terra, não importa. mas se um singelo e significativo 'juro e prometo' foi dito, ele deve ser cumprido, ou se não for para cumprir, não diga! eu realmente não entendo como podem se desvalorizar tanto, ai me dizem: ela deve amar de verdade. poxa vida, pra mim isso é falta de vergonha na cara, falta de carater e isso me fez desacreditar muito no que ela me dizia, na autenticidade que a palavra dela tinha para comigo. sera que tudo aquilo era verdade? ;s eu espero realmente que tudo isso acabe bem, acho que ela não aguentaria mais uma peça do destino..mas tambem se acontecer, foi a persistência em um lance que não tinha mais futuro.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

snob

eu sempre fui assim, acanhada; despercebida, antes até bem mais que agora. era sempre eu a foragida de gritos escandalosos, abraços demasiadamente apertados, brincadeiras sem graça ou barracos em lugares cheios. escolhia ficar de fora de todo esse tráfego intenso de movimentos e superficialidades. gostava/gosto de ser mais observadora das sensações alheias, interrogadora de dores, questionadora de posicionamentos, virtudes, e verdades. contudo, mantinha tal barreira divisória e indivisível; porém necessária. aquele ponto crucial entre se tornar, ou ficar apenas na especulação.era nessas horas que,às vezes, vinha alguém e comentava com fulano de tal, o que chegava até mim: é metida, ou então: ela é esnobe, enjoada. tudo isso quando na verdade, era só essa minha mania infantil de observar o movimento dos corpos, tentando decifrar sempre, entender o porque daquilo, tentar gostar daquele outro, ver, antes de agir; sempre! sem nunca encontrar a resposta, me permitindo teorizar que, alguns vinham para a vida carregados de uma sorte que, outros só teriam em pensamento - ou sonho. e  falavam então, que eu olhava de cima, por entre o nariz empinado, com desprezo e dó por todos esses e aqueles; enquanto não passava de uma menina com olhos atentos e vivos, a boca semi-cerrada , figurando a mesma cara amarrada de sempre. guria insegura, descabida em si, olhando para os pés, ou mesmo decifrando o chão e quaisquer desigualdades nele postas, ajeitando as roupas meio bregas e fingindo pouco ligar pro resto do mundo: feliz apenas em estar consigo e ninguém mais; completa numa solidão cúmplice de ser sozinha e não se descabelar por conta disso..tendo em mente que em sua própria companhia, não há margem para o erro, não existe quem a trairá..porque as conclusões exatas, só podem ser tiradas do forno quando conhecemos o não só as lágrimas, quanto o sorriso alheio. as graves faltas, os desejos mais profundos e disseminados. convencidos somos todos nós, das próprias crenças, daquilo que nos cerca e podemos atingir, talvez por isso, assim quieta e desinteressada nos fatos comuns, nas histórias repetitivas, e das pessoas sem sal nem pimenta, assim: esnobando a vida, se resguardando em si ::

aah, relaxa...

deixa estar; eu até já me acostumei a não ser unanimidade. talvez pelo signo, não sei. librianas estão acostumados a causarem tumulto por onde passam, gostam dessa bagunça, desse eterno jogo de extremismo. nunca me importei muito em ser amada e idolatrada por todos, faço tudo com tanta intensidade, que acho que seu amada, mas muito muito muito amada por aqueles que realmente desejam se perder em mim, me consumir e me ter. Prefiro assim, escolhi desse jeito. tudo que é mais ou menos, sem emoção, sem  aventura, desejo, não merece nos consumir, merece cotidiano, tratamento normal. nossas emoções, turbulações e sentimentalismos, cada pulsar do nosso coração, cada dor que sentimos, cada alegria comemorada, essas sim merecem importância total. eu desejaria que fosse assim, que todos os nossos satélites internos e externos fossem derretidos, que fossemos ganhados de presente ou dados a alguém pelo menos uma vez na semana, que façamos o que tivermos vontade! não conseguiramos cumprir nossas tarefas diárias se nossas emoções nos cutucarem. por mais hipócritas que sejamos, vamos nos permitir e admitir, por mais tardio ou libertador que seja, o quanto é inexplicavel a sensação de liberdade que nossas vontades e sentimentos nos provocam ao serem libertados! um viva (sincero) à liberdade ::

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

“Acontece que ele não estava tão apaixonado como eu imaginava… o que quero dizer é, eu sei como é se sentir extremamente pequena e insignificante. E como isso dói em lugares que você nem sabia que tinha em você. E não importa quantos cortes de cabelo, quantas academias você frequenta, ou quantas garrafas você toma com as suas amigas; você continua indo pra cama todas as noites, repassando todos os detalhes e se pergunta o que fez de errado. Ou como pôde ter entendido errado. Ou como por aquele momento pensou que era feliz? Até se convence de que uma hora ele vai perceber e baterá na sua porta. E depois de tudo, ainda que essa situação tenha durado muito tempo.. você vai para um lugar novo e conhece pessoas que te fazem sentir útil de novo, e vai recompondo sua alma, pedaço a pedaço. E toda aquela confusão, os anos desperdiçados da sua vida, começam a desaparecer.”

Filme: O amor não tira Férias

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

o que restou foi a saudade

Por que você não sabe me ler nas entrelinhas, hein? Por que não tem a sensibilidade necessária para perceber cada apelo implícito que a minha alma faz por você? Por que ignora os meus pedidos que, embora mudos, saem quase que aos gritos, implorando pelo seu retorno? Por que não compreende cada “me cuida” escondido por detrás do “oi” meio frio, do colo quente que ainda quero te oferecer? Por que não percebe que os meus pontos finais são, na verdade, segmentos do que ainda quero viver ao seu lado?
Insiste um pouco mais, vai. Insiste mais, que é para esse orgulho estúpido te perdoar e perdoar a si mesmo por ser tão fraquinho e dependente de ti. Insiste! Insiste com vigor, com vontade, como se eu fosse a única no mundo capaz de te alimentar. Insiste mais e mais e quanto for preciso. Eu já tô quase cedendo, afinal.
E, enquanto não cedo, eu morro. Morro de amor, morro de saudade, morro de tudo querendo morrer de overdose de você.
 
Porque assim, sem você, eu vou continuar exagerando. Eu exagero muito, afinal. Relembro as palavras, revivo os momentos, recrio as minhas histórias. Me reinvento em você e volto a morrer de amor. É, eu exagero muito... Daqui a uns meses eu sei que vou olhar para trás e rir disso tudo. Vou perceber que nem te amava, quiçá te amava tanto assim. Mas, até lá, vou continuar exagerando. Porque para quem nunca teve nada, até o pouca coisa é tudo