em que eu vi a vida, então eu disse à ela: chega! muda logo, vai .. antes que eu mude de opinião. desbanca esse papel de drama e pula logo pra parte do roteiro em que tudo fica mesmo um romance barato, estilo novela mexicana. e o que fez ela, essa vida tratante? parou, estancou, estacionou .. deixou cada mastigada do que eu como sem gosto, cada gole do que bebo sem refrescar, e inanimada com qualquer novidade que deveria emocionar. esqueceu de aumentar o volume, e ainda, com a maior audácia, fez questão de pressionar o mute. jogou de volta pra dentro do baú de irracionais fantasias, e irreais expectativas todas as cores do arco-íris, sem esquecer, os tesouros que me danei pra ganhar. tudo em vão, penso. de bode comigo, além de ser totalmente maldosa, me trai. a vida me chifra dia após dia, e descornada que ando, pelos cantos de cabeça baixa, e fala mansa, chego a dar dó - o que me irrita: a tal pena. faz com que eu aceite de cabeça baixa e boca cerrada todos os nuncas que despejei com certeza forte, e faz chover imprevisibilidades na rota que percorro. vida bandida, sim, aquela que me tirou do colo os afagos, vida de lágrimas, de porres, de sonhos rasgados. de repente, final de combustível, momentos repetidos, um dia depois do outro; todos ridículamente iguais. não nasci pro banho maria, quero mais é que queime, que borbulhe, incendeie. trocar combustível, por combustão; por mais que, quem esteja dentro da panela, seja eu. que se faça chover, e molhe o corpo inteiro, que eu tope por aí com quem não vejo há tempo, que encontre no meio da carteira, algum bilhete qualquer, quem sabe uma luz na lâmpada que acende em cima da cabeça: idéias, aceito. dá lugar vida, saí dessa fossa, levanta do chão que subindo na árvore a gente pega aquela flor e coloca na orelha, finge que é Jane e quem sabe, encontra Tarzan.
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