Ouça essa canção, a música do nosso futuro casamento, enquanto lê. http://www.youtube.com/watch?v=QgaTQ5-XfMM
Era assim que Mônica respondia quando perguntavam porque ainda estava solteira. Mas o que Mônica não sabia, é que não conseguia esconder nada no seu olhar.
Eduardo era um amigaço, daqueles do tipo anjo, entretanto, era um tanto questionador. Esqueci de contar uma parte importante: entre eles existia um sentimento incomum entre dois seres..era um q-u-a-s-e-a-m-o-r, tudo junto, assim mesmo, pra parecer mais amor do que quase.
''E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser''
-Fiz uma cagada quando te pedi em namoro, não é? , dizia Eduardo exaltando o quanto era feliz quando estava perto dela.
- Não foi tão feio assim. Só não estava no plano..pelo menos não nos meus planos. – Um riso tímido intercalou a conversa – E quer saber mais, Edu..tu não sabia onde estava se metendo, querendo ter um poço de confusões como namorada.
- Nem é tanta sacanagem assim namorar contigo, rum!
- Namorar me assusta. Desculpa a sinceridade. Sou meio arisca e evito ao máximo pensar nisso.
- Sabe, muitas vezes eu me perguntava aonde eu tava errando ou pecando por não conseguir te conquistar. Eu tinha como objetivo ser o homem certo pra ti, não apenas o amigo certo.
- E eu tinha um objetivo único: nunca te magoar. Enfim, falhei.
- Tu nunca me magoou. Me fez chorar? Sim Me deixou triste? Sim Mas nunca, NUNCA me magoou.
‘’Eduardo e Mônica eram nada parecidos(..)
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz’’
- Quando eu achar alguém que entende meus defeitos e me aceite assim, talvez mude de opinião sobre me relacionar com alguém. – responde Mônica tentando fugir do assunto, como sempre.
- Mô, tu sabe do meu amor, carinho e respeito por ti. Mas o que tu não sabe são os motivos por tudo isso. Tu és linda, como muitas são..e mesmo não dando a mínima pra estereótipo, tu prende minha atenção. Mas não te amo (só) por isso. Eu te acho namorável e não tenho 'medo de namorar contigo porque a coisa que mais me chama atenção em ti são teus defeitos, tuas birras, tuas manias. Defeitos que te fazem diferente e que te fazem tão...tão...tão... Mônica.
A distância entre seus lábios ficou curta. O beijo tinha gosto de cumplicidade. Um abraço longo finalizou o momento.
- Tu merece um desabafo: tenho em ti meu maior e mais valioso porto seguro. Onde o sorriso é o farol e o abraço, o aconchego – Eduardo revela, com um sorriso incrível no rosto. – Agora é tua vez!
- Eu te amo! – diz Mônica, em seu melhor desabafo.
''Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?''
Ps¹ Baseado em em fatos e conversas reais entre algum Eduardo e alguma Mônica perdidos nesse mundo.
PS² Trechos da música Eduardo e Mônica - Legião Urbana.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Ta vendo aquele moreno de azul escorado no bar, garçom?
Aquele homem, garçom, costumava ser chamado por mim de ‘amor da minha vida’. Olha lá aquele sorriso largo e lindo, como sempre. Ele sorri como se nunca tivesse magoado ninguém. Deve ter muitos aqui, bebendo e se divertindo, com o mesmo discursinho barato dele, com as mesmas promessas vazias. Ele deve estar esperando alguma menina. Ele vai segurar a mão dela o tempo todo e pedir os pratos mais caros pra deixá-la impressionada. Eu sei que ele tem cara de bom moço, garçom, mas não se deixe levar..eu já me deixei.
Eu sempre achei que tivesse achado o cara certo sabe até que tudo acabou e eu comecei a rezar pra que ele tivesse sido o cara errado. Mas ele foi o errado, sabe. É sério, senta ai. Ele foi errado por ter me feito acreditar. Ele foi errado do começo ao fim, desde o primeiro olhar, sorriso, o primeiro beijo, a primeira promessa. Promessa de ser única na vida dele. E não adianta achar que com a próxima vai ser diferente. Tira esse sorrisinho sarcástico do rosto porque eu sei o que to dizendo.
Vou te contar, o ultimo garçom que nos serviu nos olhou admirado falando que achava que éramos pra sempre, que formávamos um casal lindo. Ficamos eu e o garçom, só eu e ele, crentes que ali estava um casal que duraria. Coitado de nós.
Mas tu, garçom, já esta mais que avisado. Ele vai seguir o mesmo script: dizer que esta muito mais feliz agora com ela, que ela é linda, que faz planos ao lado dela... e agora me diz: não é de dar gaitadas com toda essa situação? Ele não tem vergonha. Se tu e ele soubessem quantas mulheres esperam a ligação dele. Se a próxima soubesse quantas outras babacas já acreditando no olhar que ele jura que é sincero.
Não, calma, não quero água pra me acalmar. Não tenho raiva dele, garçom. Talvez seja um pouco de mágoa, mas a raiva..essa já passou. Você já esbarrou por aí com gente assim, garçom? Como essas pessoas que levam amor, compreensão, calma, perdão e depois desfilam por bares como este com seus novos amores, como se nunca tivesse deixado cicatrizes em outras pessoas.
Garçom me empresta esse papel. ‘Eu trocaria uma dose de tequila, um copo de vodka, uma lata de cerveja por esquecimento, coragem, força e vergonha na cara. Quero um porre de desapego e pode trazer a conta.’ Entrega pra ele.
Ah, garçom, me vê uma dose de amor próprio que hoje eu quero é perder a memória.
Eu sempre achei que tivesse achado o cara certo sabe até que tudo acabou e eu comecei a rezar pra que ele tivesse sido o cara errado. Mas ele foi o errado, sabe. É sério, senta ai. Ele foi errado por ter me feito acreditar. Ele foi errado do começo ao fim, desde o primeiro olhar, sorriso, o primeiro beijo, a primeira promessa. Promessa de ser única na vida dele. E não adianta achar que com a próxima vai ser diferente. Tira esse sorrisinho sarcástico do rosto porque eu sei o que to dizendo.
Vou te contar, o ultimo garçom que nos serviu nos olhou admirado falando que achava que éramos pra sempre, que formávamos um casal lindo. Ficamos eu e o garçom, só eu e ele, crentes que ali estava um casal que duraria. Coitado de nós.
Mas tu, garçom, já esta mais que avisado. Ele vai seguir o mesmo script: dizer que esta muito mais feliz agora com ela, que ela é linda, que faz planos ao lado dela... e agora me diz: não é de dar gaitadas com toda essa situação? Ele não tem vergonha. Se tu e ele soubessem quantas mulheres esperam a ligação dele. Se a próxima soubesse quantas outras babacas já acreditando no olhar que ele jura que é sincero.
Não, calma, não quero água pra me acalmar. Não tenho raiva dele, garçom. Talvez seja um pouco de mágoa, mas a raiva..essa já passou. Você já esbarrou por aí com gente assim, garçom? Como essas pessoas que levam amor, compreensão, calma, perdão e depois desfilam por bares como este com seus novos amores, como se nunca tivesse deixado cicatrizes em outras pessoas.
Garçom me empresta esse papel. ‘Eu trocaria uma dose de tequila, um copo de vodka, uma lata de cerveja por esquecimento, coragem, força e vergonha na cara. Quero um porre de desapego e pode trazer a conta.’ Entrega pra ele.
Ah, garçom, me vê uma dose de amor próprio que hoje eu quero é perder a memória.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Nesse nosso tempo,
não cheguei a compreender se os teus defeitos eram mais intoleráveis do que essa tua mania tão incompreensível de demonstrar afeto logo de cara.
os teus discursos não me convenciam. Tuas atitudes não condiziam. tuas declarações de amor eram..opa, acho que não era amor. Tu mal me conhecias. Não sabia meus medos, minhas manias, meus projetos de vida, meu filme preferido, meu modo de prender o cabelo ou a falta de jeito. Tu nunca soube que eu adoro prever o que vai acontecer no final das novelas, que eu me faço de culta, que eu sou introspectiva mas também adoro aquela revista de fofoca, que eu choro. Você só soube do que quis saber. Você só viu a pessoa que gostaria de ver. Você só não me viu chorando porque não prestou atenção...eu choro, viu! Tu amava a imagem que tinha de mim. Não me amava. Pra bem da verdade, eu só peguei a bebida na mesma hora que você e dancei por perto quando você estava a fim de se apaixonar. Dizer que eu era a garota mais sexy não foi um jeito de me conquistar. Dizer que me amava no primeiro encontro fez com que tu perdesse pontos comigo. Vou te ensinar uma coisa que aprendi muito cedo: eu te amo, não é bom dia. Amor é muito mais do que as borboletas que tu pode ter sentido no estomago. Exige jeito, convivência, olho no olho, segredos, afetos, cumplicidade...química! a gente tinha uma história, mas não tinha química.
Você não me amava.
Eu não estava tão a fim de você.
Vou te dizer que teria sido realmente uma honra, moço, se não tivesse sido tão aporrinhador!
Você não me amava.
Eu não estava tão a fim de você.
Vou te dizer que teria sido realmente uma honra, moço, se não tivesse sido tão aporrinhador!
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
tu..tu..tu..
Vou tentar mais uma vez.
Ta chamando.
Ta ocupado.
tu..tu..tu..
Atendo o celular.
To cansada de discar o mesmo número.
Atende, por favor, o celular.
Já é a décima mensagem eletrônica que eu deixo.
Sim..to pedindo desculpa em todas elas.
Já entendi que fui uma tola contigo. Já sei que não era a hora certa ainda de dizer 'eu te amo'.
Uma frase estragou tudo. Entendi.
Estávamos aprendendo aos poucos a ter ritmo. Estávamos aprendendo aos poucos o passo novo da nossa coreografia.
Atropelei todo o processo. Quis um espetáculo completo.
Te assustei. Desculpa.
Não some.
Me atende.
Faz um check-in no facebook contanto onde tu tá.
To ficando preocupada. Me manda notícias.
Fico pensando seriamente se tu tomou a decisão de um caminho onde eu não te encontre mais.
To fumando feito uma louca nessas últimas noites.
Mais um masso se foi.
Liguei o rádio. Tua música favorita toca. É instrumental. Saxofone. Ficou linda essa versão.
Mais saudade.
Poxa.
Fui levar o Boo pra passear. O moço da feira perguntou de ti.
Quase atirei uma pedra nele. Quase pedi pro Boo atacar.
Mas enfim, ele não teve culpa da tua escolha.
Mas eu também não tive.
Era a tua vontade..ué.
To sentindo tua falta. O mundo também.
Desculpa, vai.
To olhando tevê. Esse programa não tem mais graças sem ti. Quem vai por apelidos nessa mulher maluca?
Foi mal.
Te afastei.
Meu Deus.
Silêncio.
Espera.
O telefone tocou: é você?
Uma mensagem: Um príncipe de carro branco chegou ao castelo da princesa em busca dela, na torre 201.
Suspiro.
É o meu apartamento.
É a minha campainha tocando.
Corri. Abri a porta. Sorri.
'Eu te amo'.
Meus olhos mostravam o quanto eu te pertencia. Ontem. Naquele momento. Sempre.
Sou tua.
Ta chamando.
Ta ocupado.
tu..tu..tu..
Atendo o celular.
To cansada de discar o mesmo número.
Atende, por favor, o celular.
Já é a décima mensagem eletrônica que eu deixo.
Sim..to pedindo desculpa em todas elas.
Já entendi que fui uma tola contigo. Já sei que não era a hora certa ainda de dizer 'eu te amo'.
Uma frase estragou tudo. Entendi.
Estávamos aprendendo aos poucos a ter ritmo. Estávamos aprendendo aos poucos o passo novo da nossa coreografia.
Atropelei todo o processo. Quis um espetáculo completo.
Te assustei. Desculpa.
Não some.
Me atende.
Faz um check-in no facebook contanto onde tu tá.
To ficando preocupada. Me manda notícias.
Fico pensando seriamente se tu tomou a decisão de um caminho onde eu não te encontre mais.
To fumando feito uma louca nessas últimas noites.
Mais um masso se foi.
Liguei o rádio. Tua música favorita toca. É instrumental. Saxofone. Ficou linda essa versão.
Mais saudade.
Poxa.
Fui levar o Boo pra passear. O moço da feira perguntou de ti.
Quase atirei uma pedra nele. Quase pedi pro Boo atacar.
Mas enfim, ele não teve culpa da tua escolha.
Mas eu também não tive.
Era a tua vontade..ué.
To sentindo tua falta. O mundo também.
Desculpa, vai.
To olhando tevê. Esse programa não tem mais graças sem ti. Quem vai por apelidos nessa mulher maluca?
Foi mal.
Te afastei.
Meu Deus.
Silêncio.
Espera.
O telefone tocou: é você?
Uma mensagem: Um príncipe de carro branco chegou ao castelo da princesa em busca dela, na torre 201.
Suspiro.
É o meu apartamento.
É a minha campainha tocando.
Corri. Abri a porta. Sorri.
'Eu te amo'.
Meus olhos mostravam o quanto eu te pertencia. Ontem. Naquele momento. Sempre.
Sou tua.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Ela já não sebe quantas vezes já reescreveu esse texto.
(leia, baixinho, ao som de Just The Way You Are, nessa versão
http://www.youtube.com/watch?v=GhFSgnvKqm4 )
http://www.youtube.com/watch?v=GhFSgnvKqm4 )
As tentativas até que foram boas..mas esse ‘até’ incomodava-a.
Pra bem da verdade, eles sempre foram um teste, como um pré-roteiro. Perderam as contas das vezes que ensaiaram cenas.
Ela achava que o amor, necessariamente, deveria acontecer logo, e que as chances dele nascer com o tempo eram perdidas. Pensando assim, não dava chances pra os sentimentos. Eles se viram. ‘nunca daremos certo’, pensou ela tentando prever o futuro. Ela tinha medo que as pessoas gostassem dela. Tinha/tem medo do amor. Não sabe como lidar com isso.
Eles dormiam quase abraçados. Viviam quase sempre conectados. No fundo, pensando bem, era tudo q-u-a-s-e.: quase juntos, quase namorados, quase dava certo, quase uma historia, quase foi daquela vez.
Ele a enxergava além de tudo que ela tentava ser. Ela era um livro escrito em hebraico. As pessoas, em geral, não saber ler hebraico. Mas ele sabia. Não sei se exatamente hebraico, mas ela..ele lia ela de uma maneira perfeita.
Ela era a guria perdida no meio de pessoas ‘normais’. Ele, alguém capaz de traduzir a incompreendida guria louca. Ele também era louco, mas talvez ele não soubesse disso ate conhecê-la. Ela queria algo que a encantasse e não fosse embora. Ele sempre ia embora. Literalmente. Mas decidiu ficar e tentar se encontrar em meio a tanta bagunça. Não, não era o quarto..era a vida dela, mesmo.
Ela pensou em recuar. Na verdade, era recuou. Pra bem da verdade, ela recua até hoje. Não adianta de nada. Porque aquele clichê de que ‘o tempo vai te dizer’..pura mentira. O tempo não diz nada. O tempo só aumenta o que de verdade é. Ela sempre soube que a antiga namorada dele não era a guria certa pra ele. Mas ela também não se sentia a guria certa. Pra ninguém.
Eles trocavam palavras por abraços. Ah, os abraços. Diziam muito mais do que ‘sempre estarei aqui com você’, eram do tipo ‘sempre estarei aqui por você’.
Era amor. Mas se torna, como sempre, um quase amor. Desses que as coisas acontecem lentamente, sem afobação, sem destino. Porque um destino precisa de um caminho. Não existe nenhum caminho. É um ziguezague total.
Ela tentava em meio às decepções que estava cansada de decepcioná-lo. Também estava cansada de se decepcionar. Ele sempre quis dizer que aquela amizade tinha urgência de ser algo mais. Ele quis dizer quando tinha arrepios perto dela. Quando ouvia uma musica pensando nela. Ela se achava tola demais pra falar. Optava por não dizer nada. Todos viam. Ele sabia. Ela também. Era explícito. Se fosse pra ser, eles saberiam. Ambos sabiam que nunca dava. Sempre quase dava.
Ela desconfiava que era ele. O guri que a fazia passar o dia todo com o olhar vago. A olhava nos olhos e a decifrava por completa. Até pelo sorriso. Ou a falta de sorriso. Ele desconfiava que era ela. Mas era diferente: ele procurava a brisa, a calmaria. Ela era o furacão. Ele queria uma constante. Ela era momentânea. Ela sempre quis a felicidade plena dele. Ela sempre quis ser a guria que o fizesse um bem incondicional. Ela sempre quis dizer isso. Nunca disse.
O jeito que o abraço dele se encaixava no tamanho dela, era perfeito. Parecido com a perfeição que era o alcance do braço dela no pescoço dele. A ultima escrita, era por pouco. Mas por pouco, era.
De longe quase eram visto como amigos. De perto, eram quase um casal. Com um beijo que quase sempre supria alguma coisa que não sabiam o que. Mas um casal. Quase. Eles sempre diziam que se amavam. Ele dizia que amava quando ela ria. Dizia que a queria por perto em todos os momentos de sua via. Ele dizia que do lado dela um dia de ‘dormingo’ era mais gostoso. Ele sempre dizia que era ela..só ela..e que ia ser ela. Ela pensava em contar sobre planos futuros, viagens ao mundo com ele e todos aqueles sonhos bobos que uma mente sonhadora como a dela imagina. Ela nunca precisou dizer nada. N-a-d-a. Ela sabe que ele sabe. E ele sabe..ah, sabe!
Descobriram, enfim, que um quase amor também é amor. E é bom também. Mas mesmo assim continuam sendo quases..várias vezes..vários quases..
Ela achava que o amor, necessariamente, deveria acontecer logo, e que as chances dele nascer com o tempo eram perdidas. Pensando assim, não dava chances pra os sentimentos. Eles se viram. ‘nunca daremos certo’, pensou ela tentando prever o futuro. Ela tinha medo que as pessoas gostassem dela. Tinha/tem medo do amor. Não sabe como lidar com isso.
Eles dormiam quase abraçados. Viviam quase sempre conectados. No fundo, pensando bem, era tudo q-u-a-s-e.: quase juntos, quase namorados, quase dava certo, quase uma historia, quase foi daquela vez.
Ele a enxergava além de tudo que ela tentava ser. Ela era um livro escrito em hebraico. As pessoas, em geral, não saber ler hebraico. Mas ele sabia. Não sei se exatamente hebraico, mas ela..ele lia ela de uma maneira perfeita.
Ela era a guria perdida no meio de pessoas ‘normais’. Ele, alguém capaz de traduzir a incompreendida guria louca. Ele também era louco, mas talvez ele não soubesse disso ate conhecê-la. Ela queria algo que a encantasse e não fosse embora. Ele sempre ia embora. Literalmente. Mas decidiu ficar e tentar se encontrar em meio a tanta bagunça. Não, não era o quarto..era a vida dela, mesmo.
Ela pensou em recuar. Na verdade, era recuou. Pra bem da verdade, ela recua até hoje. Não adianta de nada. Porque aquele clichê de que ‘o tempo vai te dizer’..pura mentira. O tempo não diz nada. O tempo só aumenta o que de verdade é. Ela sempre soube que a antiga namorada dele não era a guria certa pra ele. Mas ela também não se sentia a guria certa. Pra ninguém.
Eles trocavam palavras por abraços. Ah, os abraços. Diziam muito mais do que ‘sempre estarei aqui com você’, eram do tipo ‘sempre estarei aqui por você’.
Era amor. Mas se torna, como sempre, um quase amor. Desses que as coisas acontecem lentamente, sem afobação, sem destino. Porque um destino precisa de um caminho. Não existe nenhum caminho. É um ziguezague total.
Ela tentava em meio às decepções que estava cansada de decepcioná-lo. Também estava cansada de se decepcionar. Ele sempre quis dizer que aquela amizade tinha urgência de ser algo mais. Ele quis dizer quando tinha arrepios perto dela. Quando ouvia uma musica pensando nela. Ela se achava tola demais pra falar. Optava por não dizer nada. Todos viam. Ele sabia. Ela também. Era explícito. Se fosse pra ser, eles saberiam. Ambos sabiam que nunca dava. Sempre quase dava.
Ela desconfiava que era ele. O guri que a fazia passar o dia todo com o olhar vago. A olhava nos olhos e a decifrava por completa. Até pelo sorriso. Ou a falta de sorriso. Ele desconfiava que era ela. Mas era diferente: ele procurava a brisa, a calmaria. Ela era o furacão. Ele queria uma constante. Ela era momentânea. Ela sempre quis a felicidade plena dele. Ela sempre quis ser a guria que o fizesse um bem incondicional. Ela sempre quis dizer isso. Nunca disse.
O jeito que o abraço dele se encaixava no tamanho dela, era perfeito. Parecido com a perfeição que era o alcance do braço dela no pescoço dele. A ultima escrita, era por pouco. Mas por pouco, era.
De longe quase eram visto como amigos. De perto, eram quase um casal. Com um beijo que quase sempre supria alguma coisa que não sabiam o que. Mas um casal. Quase. Eles sempre diziam que se amavam. Ele dizia que amava quando ela ria. Dizia que a queria por perto em todos os momentos de sua via. Ele dizia que do lado dela um dia de ‘dormingo’ era mais gostoso. Ele sempre dizia que era ela..só ela..e que ia ser ela. Ela pensava em contar sobre planos futuros, viagens ao mundo com ele e todos aqueles sonhos bobos que uma mente sonhadora como a dela imagina. Ela nunca precisou dizer nada. N-a-d-a. Ela sabe que ele sabe. E ele sabe..ah, sabe!
Descobriram, enfim, que um quase amor também é amor. E é bom também. Mas mesmo assim continuam sendo quases..várias vezes..vários quases..
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