http://www.youtube.com/watch?v=olx_wB4Xtrw&list=UUqyxBbo-TDXQO6782Cu8sew lê ouvindo esse baita som. boa leitura!
La estava ele, um pastel folhado já pela metade, um café quentinho e um possível sonho misturado com ansiedade e medo.
Aqui estava eu,uma mochila e um turbilhão de sentimentos que faziam com que me corpo tremesse dos pés à cabeça, olhando-o pela janela do ônibus.
Era frio de agosto, daqueles de renguear cusco, e o vento soprava forte, fazendo um escândalo, do lado de fora. Minha mãe tentou de todas as formas me fazer mudar de idéia; meu pai, nem sonhava que La estaria; a professora de geografia passou algum tempo dando indiretas(diretas) em suas aulas, de que o Acre não estava nem perto de ser ‘vizinho’ do Rio Grande do Sul. Tentaram. Tentaram muitas vezes. Mas foram tempos planejando e muitas noites buscando explicação (por sms, skype e todas as redes sociais possíveis) de porquê o amor ter cruzado tantas fronteiras e ter ido tão longe. Tentaram. Tentaram. Em vão. Já viram alguma libriana desistir (fácil) daquilo que coloca na mente? É mais fácil dançar tango no teto, como canta Barão vermelho. Mandei uma mensagem dizendo: ‘’prepara o café, moço..to levando bolo!’’ e fui.
Éramos muito próximos, mesmo que longe. A distância trazia mais falta na noite, em casa, na cama. Troquei, muitas vezes, noitadas com amigos pelas madrugadas de gargalhadas que ele me proporcionava. Como não ir a sua busca? Como não encontrá-lo? Eu havia descoberto alguém de alma leve que me fazia ser eu mesma, pura, sem toda aquela pressão pra parecer mais do que eu era. Sem maquiagem. Com defeitos. O sorriso dele pela web me desejando ‘Boa noite, nega!’ aguçava minha persistência em senti-lo.
Aquele guri era o certo vindo pelo torto. Ele era o torto vindo pelo certo. O perdido em alguns quilômetros de mim. O encontrado em mim sem nenhum quilômetro. A história era abusada e não seria a distância que faria com que eu desistisse das reticências dessa loucura.
Sentada naquele ônibus, me vi feliz. Acho que a felicidade é olhar um ‘desconhecido’ e ver que de desconhecidos não tínhamos nada. De desconhecidos passamos a ser desencontrados. Agora, encontrados!
Pra aqueles que acreditam: o amor estava sentado, me esperando, do lado de fora, no frio, daquela janela!