Acreditava que eu era pequena demais. Mas pra bem da verdade, era o meu mundo que era pequeno demais.
Fui abrir meus horizontes, arrumei minha mala e fui esperançosa por encontrar o que me completasse.
O aeroporto era pequeno pra tantas lágrimas, parecia que nunca mais ia voltar. Boa parte de mim, realmente, não voltou mesmo.
Eu tinha na bagagem coragem, insegurança, medo, ingenuidade, imaturidade. Eu fui com sonhos típicos de adolescente e queria voltar com certezas de uma mulher.
Na despedida, senti que eu ainda podia desistir, dava tempo de me esconder e fingir que o mundo não me cobrava muito, de pedir colo pro meu pai e dizer pra minha mãe me levar de volta pra casa. Mas minutos antes do embarque o meu único pensamento era: de algum jeito, uma hora ou outra, precisava crescer.
Logo, no avião, essa era a única certeza que eu tinha. Uma hora acontece com todo mundo, e a minha hora havia chegado: encarar o mundo..que era bem maior que o ‘meu mundo’.
Seis meses depois, quando voltei pra cá, eu tinha mais bagagens do que eu fui. (Ufa, ainda bem). Foi uma experiência que me fez perceber o quão realizada eu era pelas coisas que eu já tinha, apesar de todas aquelas que eu não tinha e queria. O que eu obtive me fez mais rica, mas não tão mais realizada.
Na minha mala, voltou comigo a paixão pelo desconhecido, uma liberdade sem fim, outros sonhos que construí e a certeza de que queria o resto do mundo pra mim.
Eu precisei fugir do meu mundo pra descobrir que eu sempre quis ficar aqui. E para o meu próprio choque de sair sem saber onde chegar, eu cheguei..eu ainda estou chegando..
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