sábado, 13 de setembro de 2014

Decidida, direta, simples e objetiva: eu não posso retribuir teu sentimento!

 O guri é sensacional, eu também, o universo super conspira a favor do relacionamento, minha mãe aprova, meu pai adora tomar um trago com ele, meus amigos torcem, minha família faz figa..mas o brilho no olhar, a intensidade do sentimento, a espera do abraço, simplesmente não aconteceu. Passamos a vida toda esperando alguém que, delicadamente, toque a nossa essência e toque aquele lugar na alma que queira abandonar o lugar comum. Quando, finalmente, um guri bacana cruza o meu caminho, não consigo corresponder.
 É muito complicado resolver os emaranhados/turbilhões de sentimentos dentro da gente..é complicado encarar a verdade e mais ainda deixar as coisas claras sem magoar ou entristecer o outro. Tenho certeza que quem espera sofre, mas posso dizer que quem parte sofre ainda mais.
 Pra bem da verdade, não existe nenhuma fórmula que faça o milagre de diminuir o vazio do ‘’não’’. É doloroso, eu também já passei por isso, a expectativa e, por conseqüência, a decepção da reciprocidade. Ter um sentimento não correspondido machuca, lá no fundinho..mas passa..sou a prova viva de que passa. Precisamos desfazer os laços antes que, os mesmos, virem nós. Mas ai nos falta jeito, coragem. Afinal, como aumenta nosso ego ter alguém eu preenche com elogios teus dias frios. Cada elogio é um cafuné nesse coração cansado. Entretanto, o tempo vai passando em as expectativas vão se criando. Pior erro.
 Estar ao lado de alguém é um ato de muita/extrema coragem. Amor não se pode barganhar: ou tem, ou não tem..nao espere florescer, porque não vai. É bem simples. Precisamos ter respeito aos sentimentos do outro, sendo transparente, assim, abrindo portas para o passarinho do amor fazer ninho em outra morada. Devemos devolver ao outro a chance de encontrar um coração realmente passível de reciprocidade. É um direito dele. É um dever nosso.
 O ‘timing’ não sincronizou os ponteiros do relógio. Ninguém tem culpa: destino, tempo, coração, tu, ele.. ninguém! Que esse carinho de hoje não correspondido se transforme em lembranças de um quase-amor que deixou o pássaro livro para uma reciprocidade de um amor sólido, livre pra pousar em outros galhos.

domingo, 31 de agosto de 2014

Era uma carona normal, quando tu virou na esquina errada

  e parou o carro num lugar escuro.
- Namora comigo? – tu me disse do jeito mais natural.
Quando fui responder, me beijou. Um beijo forte, como as recordações.
 Tu continuou a falar, desta vez, olhando nos meus olhos. -Pra todo mundo saber, pra todo mundo ver um namoro nosso de verdade. Quer? A gente troca as coisas idiotas que fizemos por amizade por coisas idiotas de namorados..e prometo não jogar na cara seus podres que tu me contou enquanto amigos. Namora comigo,Luana?
Dentro do carro Toni me fazia sorrir. Um amasso consciente, mão na nuca, barba roçando no rosto. Trancei a perna na cintura dele, o cabelo ficou no rosto e não precisava mesmo enxergar nada. Meu ponto fraco era o ouvido e ele sempre foi bom com a boca. Já existia uma rota.
 E aí, vai aceitar? Repetiu ele se referindo ao namoro. Brinco que a minha intenção era apenas lhe dar um beijo que o fizesse viajar para um universo paralelo.
 Depois de uns lambuzos e uma aventura..voltei a ganhar a carona.
 Quando descemos do carro, ela nos olhou como se tivéssemos descido de mãos dadas, e que antes disso estávamos brincando de amassos no carro.
 Não que fosse uma má idéia.
No ouvido dele, falei: Obrigada pela esquina errada. Não sou tua namorada, mas ainda posso cumprir o que meu beijo te prometeu naquela parada no escuro.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eu não sei onde tu está, não sei se realmente tu existe e, de verdade, já ando meio descrente disso.

Leia ao som contagiante https://www.youtube.com/watch?v=OmLNs6zQIHo

Mas, meu bem, se não for por amor, que ao menos, seja por ti.
 Que eu consiga reconhecer o amor em ti quando olhar o brilho dos teus olhos. Que este dia seja ensolarado, porém com um friozinho, para dar um ‘q’ de romantismo. E que ali, então, consigamos ver que houve sim um encontro. Eu te encontrei. Tu me encontrou. Nos encontramos.
 Que tu me fale alguma coisa. Só não me chame de gostosa, ok? Que tu me ache engraçadinha, ao menos, já que a timidez me deixa com ar de boba. Alias, que tu diga que o meu sorriso envergonhado é charmoso. Que tu esteja vestido de azul, preto, branco, verde, vermelho, rosa..a cor que for..mas que tu esteja. Que tu te encante comigo de alguma maneira. Que tu comece a entender, aos poucos, o quão complicada eu tento ser, o quão desajeitada eu sou. Que tu te permita me conhecer melhor, e deixar com que eu te conheça também. Que tu entenda o meu blog meio sem nexo onde eu falo de amor. Ou não.
 Que tu me veja com bons olhos. que os nossos olhos se encontrem. Que tu acerte o tom de azul dos meus e que eu erre feio o tom de castanho dos teus, pra que logo tu perceba que o teu olhar me diz tanto que a cor dele não importa. Que tu decida ficar por curiosidade ou porque topa me ajudar a dar um jeito nessa bagunça.
 Que tu possa me fazer sonhar. Que eu possa realizar teus sonhos. Que, juntos, consigamos reverter os erros de percurso. Que a gente se conheça aos poucos. Que tu me conheça aos muitos beijos,olhares. Que eu te conheça aos tantos toques e perfumes novos. Que os meus dias de TPM sejam lembrados pelos sorrisos e justificados pelos quilos a mais com brigadeiro e pizza. Que eu possa contar contigo. Que tu possa brigar comigo e pedir desculpas me fazendo cafuné. Que eu possa te roubar um beijo e te ver sem graça. Que tu possa me ver sem maquiagem e me querer como mãe dos teus pirralhos. que o nossa filha tenha os teus olhos, o meu nariz e a tua boca.
 Que tu possa garantir que não me machuque mais. Que eu garanta que não tenho vergonha de chorar perto de ti: chorar de rir, de tristeza, de saudade, de alegria. Que a gente caia na rotina, como todos os casais, mas não mude por isso. Que possamos reconhecer o valor da companhia um do outro. Que eu te ame como nunca amei ninguém. Que tu me modifique como o teu amor quiser.
 Mas que tu exista..e que não demore muito pra chegar na minha vida. Pra que, logo, eu não me arrependa de nada, naqueles momentos em que a gente questiona o amor. Que tu tenha orgulho de falar da gente pros teus amigos e que eles tenham inveja de ti..de mim..da gente!
 Vem logo, vem..

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Tem vaga de emprego. Pago bem!

Ta decidido: vou fazer uma dinâmica em grupo pra arrumar o amor da minha vida.
Já estão todos na sala? Então vamos começar.
Ah, de feio nessa sala já basta eu né. Obrigada você. E você também. Espero que encontrem alguém especial.
Ok, guris, menos dois candidatos. Agora, agrupem-se por idade: quem tem a mesma idade que eu forma um grupo. Como assim 21? Vou fazer 20. você também esta fora da dinâmica. Obrigada. Enfim, os que tem 20 aqui, os de 21 ali, os de 22 lá, quem tem 23 acolá e os que tem 25 ou mais dirijam-se praquele canto. Ah, vocês tem 24? Então vão até a porta e saiam, afinal. O numero não é muito legal pra situação.
Agora por hobby: quem gosta de ler, quem gosta de viajar, quem gosta de ouvir música. Ai, quanta gente. Como vocês são lindos! Mas ganha mais uma fase quem gostar e souber dançar. Aos demais, bye boys.
Pela ocupação: quem trabalha, quem faz faculdade. E vocês aí, fazem o que? Ta, mas quem ai é vagabundo por ser rico e quem é vagabundo por ser vagabundo? À vocês da ultima opção fica o meu agradecimento, mas vagabundo por prazer aqui, só eu.
 Agora quero uma coisas bem simples: nome e porque ainda esta solteiro. Afinal, se você é tem tudo isso de bom, segundo a dinâmica, deve haver alguma coisa estranha por você ainda estar no mercado de trabalho, não é? Sejam breves, por favor.
Vocês podem ir embora. Os outros meninos me convenceram mais, vou ficar só com eles.
Vocês me convenceram e acabaram de sair em vantagem, guris. Vou pensar no caso de cada um e ligo depois pra dar um feedback. Lembrando que é fase eliminatória.
 Ninguém atendeu minhas ligações. Ninguém demonstrou interesse pelo emprego.
Tá sobrando vaga, tá faltando gente pra ocupar.
Tem vaga de emprego! Pago bem!

sábado, 2 de agosto de 2014

- Ué, tu por aqui?

 - Então, vim te desejar boa viagem. Boa sorte. Boa sorte na viagem
(Risos)
Em meio a sorrisos bobos. Um abraço apertado, daqueles que um escuta as batidas do coração do outro. Guilherme, logo, parecia assustado.
- é, eu sei, faz tempo né? Você lembra quando foi nosso ultimo abraço? Nem eu, Gui. Acho que foi por isso que eu vim até aqui. É um absurdo eu não lembrar. Logo a gente que costumava se abraçar tanto.
- nossos abraços diziam muitas coisas, Cami. Costumávamos fazer muitas coisas. Mas todas elas mudaram.
- mas será que tem essa necessidade de mudar?
 - mas é a situação...- Camila o interrompe.
- independente da situação, tu ainda é tu e eu ainda sou eu. Somos nós. Gostamos de abraços. Somos assim.
 - as coisas mudam, precisam e devem mudar.
- tu bem sabe que eu adoro mudanças e tudo que vem de positivo com elas, mas acho que eu gosto dessa parte fixa da minha vida. Tu é uma parte fixa, está sempre aqui, como falou que estaria. Abraços também são fixos pra gente.
- Olha, será que não podemos continuar essa conversa em outro momento?
- Não!
- Camila, tu só pode estar na TPM, guria.
- tu deixou pra gritar tuas frustrações comigo outra hora e ficou chateado porque não extravasou as verdades pra mim. Eu deixei de me desculpar, deixei pra outra hora e acabei deixando tu esbarrar em outras pessoas pelo caminho.
- é as conseqüências das nossas escolhas. Eu fiz as minhas, tu fez as tuas. É isso. Uma hora ou outra iria ser assim.
- não mente! eu e tu sabíamos que uma hora ou outra iríamos ficar juntos.
 - sabíamos mas não acreditamos nisso.
 - foi ai nosso problema. As pessoas não acreditavam na gente, nos deixamos de acreditar na gente. Eu faço coisas hoje que tu Nem imagina. Tu deixou de gostar das coisas que eu sabia.
- e cadê a parte do ‘nós’, Cami? Chega, ta?
- eu cansei de esperar que a gente volte a acreditar e deixar a vida fazer o nosso encontro casual. Por isso vim aqui te abraçar e te desejar boa viagem.
- presta atenção no que tu acabou de dizer. O teu problema esta ali. TU. Tu só faz as coisas quando tu quer. Tu sentiu falta, tu cansou, tu veio aqui, tu me abraçou, tu foi embora, tu sumiu, tu parou de falar comigo e fez com que as pessoas achassem que o filho da mãe da historia fosse eu. Para de ser mimada porque a vida não espera só por ti, Camila. A vida diz pras pessoas seguirem em frente!
- tu também só Fez o que quis, Guilherme. Tu não quis ir atrás de mim e não foi. Tuas vontades sempre foram bem distantes da minha e tu não cedeu. Sempre foi isso: teu tempo, teus sonhos, teu pensamento, teu ego, teu jeito. Você ainda vem jogar os meus erros na minha cara e dizer que eu sou mimada. Que novidade, né? Nem renovou teu discurso.
(quando Guilherme quis reagir, Camila continuou)
- Eu vim aqui sim te desejar boa sorte. Mas não vim por mim, vim por você. Por mais que tu não acredite, torço por ti. É uma pena que tu não saiba e não faria o mesmo por mim.
 - Para com isso. Chega! Eu não posso e não quero falar disso agora.
- que saco, eu não quero deixar pra outra hora. A gente deixou até o amor pra outra hora, Guilherme!
- Amor, quem ta aí na porta? Quem ta aí? Vou entrar antes pra aproveitar a espuma..vem logo! 
- ela aí e você aqui na porta comigo..não acredito! Pra quem não era ninguém na sua vida, que era só um passatempo pra esquecer de mim..ta durando hein..pelo jeito não me esqueceu ainda!
 Um sorriso irônico nos lábios de Camila, surge.
- Eu disse que essa não era a hora, que droga! (respiração funda)..Calma amor, é engano, eu já estou indo! – diz Guilherme.
(palmas)
- Uau, que ótimo ouvir isso depois de seis anos! Ninguém! (riso irônico).. Eu só devia ser alguém pra fazer você esquecer de si mesmo né? Mas nessa parte tu tens razão: FOI ENGANO! Foi engano isso tudo, foi engano eu vir aqui e acreditar que tu ainda te importava ou que eu poderia ainda salvar alguma coisa. Mas não..não dá pra me salvar de você, não dá pra nos salvar de você e dessa tua mania de me tratar estranho por eu não ser a mulher ideal. Deus me livre ser seu tipo de mulher ideal. Imagina o quão horrível seria ser a mulher ideal de um homem e ficar gritando na banheira enquanto ele discute na porta a relação com a ex-namorada.
 - eu vou fechar a porta e a gente resolve isso outra hora, Camila. Que droga! Deixa pra outra hora!
(...)
Eram 3:00 am e o celular de Camila toca.
- Alô.
- Cami, vamos nos resolver? Vim te fazer aquele cafuné com muitos carinhos que tu sempre gostou. Vim relembrar nosso amor. Abre a porta!
- Sabe o que é Gui..perdi a chave da porta e deixei pra outra hora. Assim, como deixamos o nosso amor. Deixamos o amor pra outra hora e ele perdeu a validade! Passe bem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Estava sendo uma época difícil.

 Sempre fui meio maniática/neurótica – ou qualquer adjetivo que se encaixe aqui - , mas nessa semana estava disposta a seguir algumas regras. Criei, então, um ‘Tratado para dessa vez cumprir’. Ele era basicamente um bocado de regras que eu deveria seguir para ter a vida que eu ponderava aceitável para mim. Eram normas bem simples; como manter o guardo organizado – ou pelo menos não deixar as roupas e papéis tão espalhados-, ter horário para dormir e acordar, tentar não comer muito doce, ir ao menos duas vezes na semana na academia. Não durou muito tempo, confesso.
Fui ficando mais velha e tendo outras cobranças da vida e como conseqüência outras cobranças de mim para mim mesma. Deveria evitar abrir a minha boca quando o assunto for polêmico – pra não causar mais polêmica, porque minha opiniões sempre é um ‘buuum’ nas rodas de conversa -, ter um controle financeiro, manter tudo que eu faço bem feito para evitar incômodos futuros, ter um bom relacionamento familiar, fazer a manutenção seguida das amizades. Nessa fase, também queria uma postura mais calma, com uma áurea que fazem com que as pessoas queiram ficar perto, com poucas mas sábias palavras e um controle emocional maior. Queria estar com a alma livre, sonhadora e sempre otimista, com uma pitada de equilíbrio ‘humoral’. Por fim, o que eu estava fazendo comigo mesma, era tentar me tornar alguém equilibrada, prática e agradável.
Obcecada por essas regras ditas, por mim, como ‘básicas’ eu fui esquecendo o que era verdadeiramente latente em mim. O não cumprimento delas me deixada frustrada e culpada. Em busca de uma imagem doce perante a sociedade, deixei que crescesse em mim amarras que, ironicamente, me deixavam cada vez mais inseguras.
Afinal, quem era eu? Queria tanto regras pra me descobrir e acabei de perdendo. Eu era a espontaneidade. Eu era a artista. Eu era a dançarina. Eu era a explosão. Eu era o silêncio da musica. Eu era o barulho do silêncio. Eu era doce. Eu era azeda. Eu era.
 O meu eu natural, era basicamente uma bagunça oficialmente organizada, ousada e incrível. No meu horário ‘japonês’, trocava o dia pela noite e era quando reluziam inspirações para escrever e cutucar minhas estranhezas.
 Eu passei um bom tempo ocupada e preocupada por ser um ser socialmente aceitável. Hoje, notei que deveria me libertar dessa construção estável. Afinal, o que há de tão horrível assim em deixar um sutiã espalhado vez ou outra? O que tem que estar sempre em ordem mesmo, é o que realmente me sufoca: os meus idéias, os meus sonhos, a minha vida. Nada tem a ver as minhas metas de vida com comer ou não comer carne ou chocolate todos os dias. Nada tem a ver o meu caráter com a imagem que eu passe no meu perfil de rede social, afinal, não sou o que as outras pessoas pensam ou entendem de mim.
 Eu queria aparecer pro mundo no avesso, e é nesse avesso que eu tinha que por ordem!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vou torcer pra que ela entenda o teu ciúmes quieto,

 tua mania de olhar o relógio toda a vez que está inquieto e torcer pra que ela descubra que um carinho na tua nuca faz desaparecer qualquer ruga na tua testa.
Vou torcer pra que ela tenha alguma reação quando tu contar tuas piadas sem graça, que ela saiba fazer uma massagem melhor do que a minha, que ela entenda tuas tristezas.
Vou torcer que ela vá pra sua casa toda a vez que receber uma ligação tua dizendo que está com saudade, que ela não te frustre dizendo que tu manda mal na cozinha e que encontre os pontos mágicos que te fazem mudar de humor.
Vou torcer, e muito, pra que ela veja tuas covinhas de felicidade e que ela veja a tua beleza mesmo quando falta te falta o riso. Vou torcer pra que ela não resmungue quando tu fazer beiço, que ela entenda tua tristeza e vou torcer que ela te abrace toda a vez que tu sentir vontade. Tomara que ela sempre sinta essa vontade antes de ti, tomara que tu não tenha de implorar carinho, vou torcer muito pra que ela deixe tu chorar àquela eterna saudade difícil de superar.
 Vou torcer pra que as diferenças entre vocês dois não sejam muitas, que vocês não briguem tanto e nem batam tanto de frente, vou torcer que ela não seja como eu e que não acabe como eu. Vou torcer muito pra que tenham o suficiente pra construírem uma vida juntos, torcer pra que ela te faça feliz e que tu não tenha esquecido de como fazer uma mulher feliz.
 Vou torcer pra que ela descubra como tu gosta de surpresas, torcer pra que te surpreenda a cada dia e principalmente nas madrugadas vazias. Vou torcer pra que ela não seja uma daquelas mulheres que passam de dieta, que ela não tenha medo de não manter o corpinho, que ela saia pra comer pizza depois da balada e vou torcer muito pra que ela entenda o quanto tu aproveita a vida. Vou torcer pra que ela compreenda tuas vontades repentinas de sair sozinho ou de ficar em silêncio e torcer muito pra que ela não consiga ler que teu coração ainda tem rastros meus. Vou torcer pra que ela seja tua companheira e que tenha um riso leve em meio as tuas gargalhadas.
Vou torcer que dessa vez seja amor, que ela reconstrua o teu coração, vou torcer que eu tenha te entregue em boas mãos. Alias, torço que ela segure tuas mãos como se nunca mais fosse soltar e que ela saiba que tu ta cansado de gente que vai e que prefere as pessoas que ficam.
Vou torcer muito pra que ela não desista.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ok, vocês venceram!

Admito meus erros: alguma coisa não deve ter dado muito certo no andar da carruagem. Eu sou toda errada mesmo. Será que inverteram a lógica dentro de mim? Será que me ensinaram invertido todos os valores? Porque, galera, amizade, aqui na minha terra, não é isso que eu to vendo por ai não, hein! Pessoas que dão tapinha nas costas, promete amizade eterna no ano novo, coloca fotos em redes sociais com legendas enormes, diz que é sincero mas exalta os defeitos do amigo nas costas..isso por der tudo, menos amigo.
Mas ta tudo numa boa, o problema é comigo, já entendi. Sou eu que sinto as coisas de forma intensa, eu que preciso (re)aprender a contar até mil, eu que preciso controlar esse furacão que existe em mim. É um desabafo sim e eu não to com vergonha nenhuma, antes que tu pense isso.
Chega uma hora de maturidade que cansa de engolir todos os sentimentos, loucuras e nóis que existe porque o mundo não permitem pessoas anormais e chatas. Eu não levo a vida tão a serio, mas eu penso antes de agir. Algum problema nisso?
Eu me importo com as pessoas e me importo se me tratam de qualquer jeito. Eu dou importância se ficam de segredinhos na minha frente, se me tratou friamente sem motivos aparentes, se ficou amigo da pessoa que já me magoou, me importo se desaparece e não da noticias, se descubro que não fala a verdade na minha cara, se não responde meus recados, se me tratam diferente do nada. Eu me importo! E sabe o que me cansa? Ter de ouvir das pessoas que eu ligo demais pra coisas sem importância. É melhor que eu ligue mesmo, porque quando eu resolver não me interessar mais...nao tem volta..ai, já era!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Eu precisei sair do mundo.

Acreditava que eu era pequena demais. Mas pra bem da verdade, era o meu mundo que era pequeno demais.
Fui abrir meus horizontes, arrumei minha mala e fui esperançosa por encontrar o que me completasse.
O aeroporto era pequeno pra tantas lágrimas, parecia que nunca mais ia voltar. Boa parte de mim, realmente, não voltou mesmo.
Eu tinha na bagagem coragem, insegurança, medo, ingenuidade, imaturidade. Eu fui com sonhos típicos de adolescente e queria voltar com certezas de uma mulher.
Na despedida, senti que eu ainda podia desistir, dava tempo de me esconder e fingir que o mundo não me cobrava muito, de pedir colo pro meu pai e dizer pra minha mãe me levar de volta pra casa. Mas minutos antes do embarque o meu único pensamento era: de algum jeito, uma hora ou outra, precisava crescer.
Logo, no avião, essa era a única certeza que eu tinha. Uma hora acontece com todo mundo, e a minha hora havia chegado: encarar o mundo..que era bem maior que o ‘meu mundo’.
Seis meses depois, quando voltei pra cá, eu tinha mais bagagens do que eu fui. (Ufa, ainda bem). Foi uma experiência que me fez perceber o quão realizada eu era pelas coisas que eu já tinha, apesar de todas aquelas que eu não tinha e queria. O que eu obtive me fez mais rica, mas não tão mais realizada.
Na minha mala, voltou comigo a paixão pelo desconhecido, uma liberdade sem fim, outros sonhos que construí e a certeza de que queria o resto do mundo pra mim. Eu precisei fugir do meu mundo pra descobrir que eu sempre quis ficar aqui. E para o meu próprio choque de sair sem saber onde chegar, eu cheguei..eu ainda estou chegando..

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tu nunca vai ler isso, então, resolvi te escrever.

Tem um som bem bacana pra ouvir lendo o texto: The Lightning Strike

Eu, que sempre priorizei esse tempo todo o olho no olho, hoje, me faço de covarde e me despeço por aqui.
Eu sou uma bagunça. Você adorou me arrumar. Poxa, até eu já tinha desistido. Não sei como tu permenaceu e insistiu. Confesso que, realmente, meu jeito nunca facilitou minha vida amorosa. Não sei como tu descobriu meu número, nem meu endereço, nem como conseguiu a chave do meu coração. Só sei que queria te agradecer por me fazer sentir viva de novo.
É verdade que muitas vezes eu dei meia volta, mas meu bem querer me trazia de volta. Eu me apaixonava por ti das formas mais criativas possíveis. Você me deu colo, acariciou meus cabelos e cantava sussurrando pra mim quando meu mundo estava desabando. ‘’ A alma bebe o mar que vazou do coração E você me faz me fazer feliz’’. Você me fazia ser forte.
Tomara que um dia tu entenda o quanto o amor deixa a gente boba. O clichê apaixonado abobalha as pessoas.
Nesse tempo tu te tornou meu ‘porto-nada-seguro’: fomos rosas, espinhos, beijos, ausências, mágoas, abraços, feridas, remédios.
Teus braços na minha cintura. Meus braços no teu pescoço. Éramos como um laço. Que virou nó. Enquanto nos olhávamos nos olhos, te olhava a alma. Abraçada a ti, eu respirei fundo, inalei teu cheiro e me deixei levar. Minha respiração, meus olhos, meus cachos, minha pele, minha nuca, minha palpitação, meus lábio, não me deixam mentir.
Vou sentir tua falta. Mas prometo seguir teu conselho: conquistarei o mundo! Deixa que eu vou descobrir outros mundos pra da próxima vez a gente se amar por lá mil anos mais.
Pra ti, toda a felicidade do mundo!

P.s: Se a gente viver alguma vida juntos, que seja por aqui.
http://tendencee.com.br/2014/06/32-pequenas-cidades-mais-encantadoras-para-voce-conhecer-antes-de-morrer/

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Carta pra Ana, Luiza, Ana Luiza.

Não vou começar mentindo: eu te achei uma super patricinha abusada na primeira vez em que eu te vi e tu falava em medicina veterinária. Tudo bem, acredito que a minha cara também não seja a mais simpática. Ali, no primeiro dia de aula de um curso que eu não esperava cursar, nunca imaginei que os nossos caminhos iam se cruzar, que o nosso santo ia bater. Em alguns instantes a vida me avisou: ei, segura essa barra que essa daí vale a pena. E se a vida não me avisasse, tenho certeza que, como sempre, tu daria um jeito de me mostrar o quão importante tu é.
Eu não sei direito como escrever isso, só sei que tu e a tua crise existencial de 20 anos, merecem. Mas foi de repente que tu virou a minha rotina. Não sei dizer como começou, só espero que eu também não saiba contar como acabou. (que nunca se finde, amém!)
Detesto a ideia de que meus amigos devem ser obrigados a ler meus textos e nem costumo a ser tão direta assim. Entretanto, dessa vez achei que tu merecia. Talvez porque nesse inicio de ano enquanto convivi contigo, vi que não tem sido tão mil maravilhas (nem pra mim, nem pra ti). Acontece que a gente cresceu nesse ano de convívio, amiga.
 Não gosto, não quero e tu realmente não precisa andar escondendo esse sorriso bacana. Então que, no resto desse ano, tu não esqueca o quão incrível tu é como amiga, colega e pessoa. Contigo entendi que o tempo não quer dizer nada quando estamos dispostas.
 Tem gente que diz que amizade é poder contar. Talvez seja mesmo essa idéia: contar..nos dedos das mãos! Não sei como tu me conquistou guria, mas tu foi um presente da Dança pra mim e isso é inevitável negar.
Tem gente que acha que amizade é sorrir. Mas também me atrevo a dizer que é ouvir. É sempre mais difícil achar quem te ouça chorar ou apaixonada. Entretanto, amizade também é falar. Se eu falo pra ti é porque te quero bem. Já dizia minha vó: amigo fala, inimigo cala!
Sem muitos mimimis por chegar nos 20 anos e ter a sensação de não ter feito nada da vida ok? Tu é capaz de chegar onde quiser, amiga, e eu sei bem o quanto tu é esforçada, insistente, competente e aplicada. Relaxa, não tem como a vida não te recompensar por isso tudo. Não deixe que ninguém impeça de te deixar sonhar longe, Ana. Os obstáculos? Coitados, mal sabem onde andam se metendo.
 Que teu caminho seja de muita luz, que teu destino seja abençoado e que abençoada seja eu por te ter por perto sempre.
 E por ultimo, acho que de vez em sempre é bom lembrar: amo tu! Hehe As pessoas especiais devem saber que elas terão um espaço em nossas vidas, planos e coração.
 Quanto a mim, continuarei aqui. Estarei aqui o tempo que tu quiser. E mesmo quando tu não quiser também.
Obrigada por me salvar nesse mundo dançante,
Brunna.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Sentado na rodoviária, em pleno inverno da serra gaucha.


La estava ele, um pastel folhado já pela metade, um café quentinho e um possível sonho misturado com ansiedade e medo.
 Aqui estava eu,uma mochila e um turbilhão de sentimentos que faziam com que me corpo tremesse dos pés à cabeça, olhando-o pela janela do ônibus.
Era frio de agosto, daqueles de renguear cusco, e o vento soprava forte, fazendo um escândalo, do lado de fora. Minha mãe tentou de todas as formas me fazer mudar de idéia; meu pai, nem sonhava que La estaria; a professora de geografia passou algum tempo dando indiretas(diretas) em suas aulas, de que o Acre não estava nem perto de ser ‘vizinho’ do Rio Grande do Sul. Tentaram. Tentaram muitas vezes. Mas foram tempos planejando e muitas noites buscando explicação (por sms, skype e todas as redes sociais possíveis) de porquê o amor ter cruzado tantas fronteiras e ter ido tão longe. Tentaram. Tentaram. Em vão. Já viram alguma libriana desistir (fácil) daquilo que coloca na mente? É mais fácil dançar tango no teto, como canta Barão vermelho. Mandei uma mensagem dizendo: ‘’prepara o café, moço..to levando bolo!’’ e fui.
Éramos muito próximos, mesmo que longe. A distância trazia mais falta na noite, em casa, na cama. Troquei, muitas vezes, noitadas com amigos pelas madrugadas de gargalhadas que ele me proporcionava. Como não ir a sua busca? Como não encontrá-lo? Eu havia descoberto alguém de alma leve que me fazia ser eu mesma, pura, sem toda aquela pressão pra parecer mais do que eu era. Sem maquiagem. Com defeitos. O sorriso dele pela web me desejando ‘Boa noite, nega!’ aguçava minha persistência em senti-lo.
 Aquele guri era o certo vindo pelo torto. Ele era o torto vindo pelo certo. O perdido em alguns quilômetros de mim. O encontrado em mim sem nenhum quilômetro. A história era abusada e não seria a distância que faria com que eu desistisse das reticências dessa loucura.
Sentada naquele ônibus, me vi feliz. Acho que a felicidade é olhar um ‘desconhecido’ e ver que de desconhecidos não tínhamos nada. De desconhecidos passamos a ser desencontrados. Agora, encontrados!
Pra aqueles que acreditam: o amor estava sentado, me esperando, do lado de fora, no frio, daquela janela!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Carta ao futuro marido.

Amor, (deve ser assim que eu te chamo)
Não sei teu nome, não sei como é psicologicamente e muito menos tuas características físicas; afinal sou tão diversificada e com gostos tão exóticos. Eu não sei se curte Claudia Leitte, se ‘aprova’ minha dança ou minhas tatuagens (que provavelmente eu já tenha tido coragem de fazer), não sei se aceita esquentar meus pés gelados e se sabe cozinhar. Eu também não sei...tu pode ser um homem total do meu oposto. Se for essa opção, eu não sei como, mas tu conseguiu me levar ate ao altar. Durante a escrita dessa carta, eu não sei de nada, não sei como foi, mas quando você estiver lendo, provavelmente, vai dar um sorriso largo. Isso eu aposto que tu deve ter!
O que eu sei, hoje, escrevendo, é que a gente se casou. Que façanha foi essa, tchê? Logo eu, que sempre disse que achava brega casar , já que o casamento tava se tornando tão banal. Para chegar ate aqui, eu devo gostar muito de você, hein. E se eu gosto, isso já me basta pra te escrever algumas palavras nuns anos antes. –risos.
Possivelmente tenha te enrolado bastante ate te namorar. Era arisca de relacionamentos. Tu conseguiu quebrar o gelo..parabéns! namoramos por muito tempo? Não sei. Sou levemente impulsiva pra te responder. Acho que devemos ter morado juntos, pelo menos, um ano ..ou não. Sou tão intensa. Enfim, quero te falar algumas coisas, já que não te conheço e, assim, fica muito mais fácil.
 Não é pedir demais que você seja meu amigo, não é? Não quero que seja uma amizade inventada pra parecermos um casal completo. É provável que antes de amores, fossemos amigos..então, continue com essa amizade-amante! Seja meu amigo e participe do meu dia como um fiel companheiro. Não precisa ser aquele mala, grudento. (você na deve ser..caso contrario não estaríamos chegado a esse estagio, hehe). Me deixe sozinha por um tempo – para ler livros, estudar, ouvir musicas, cantar, pensar na vida-, que eu prometo deixar um tempo livre pro teu futebol, vídeo game e instrumento musical.
Vamos combinar duas coisas? Não deixe de pendurar a toalha e baixe a tampa da privada. Pode ser bobo, mas podemos evitar alguns conflitos em épocas de TPM – ou não- fazendo isso certinho.
Por fim, acredito que seja isso. O tempo deve exigir mais de ti e mostrar mais pedidos que eu evito em deixar claro.
 Psiu, te amo (eu acho, hehe) e fico orgulhosa por termos chegado ate aqui!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Rafael era péssimo em supermercado, mas lá estava ele, comprando amendoim.

 Enquanto ficava na ponta dos pés para alcançar o amendoim da prateleira mais alta, sentiu que alguém batia o carrinho de comprar no seu calcanhar, desequilibrando-o.
Irritado, prestes a xingar, virou-se. Foi quando viu Ariela, sua ex-namorada, um tanto quanto atrapalhada com as compras.
 - Ta precisando de ajuda, gatinha? – falou ele, irônico, enquanto ela ignorava o moço pra arrumar as comprar em um carrinho cheio.
Silêncio. Foi essa a resposta que, nitidamente, cortava a cantava clichê.
- Ok, só espero que junto com tudo isso tenha aquele chocolate com frutas vermelhas que tu gosta, ta em promoção e só assim diminui esse mau humor.
Toda sem jeito, Ariela olhou, sorriu sem jeito e deu um ‘Olá’ envergonhado.
- Que bobo. Tinha que ser você.
 - Claro que sou eu. Em quem mais você iria bater o carrinho?
- Foi mal, Rafa, é porque eu estava meio enrolada com tudo isso aqui.
Risos.
- Meio/muito enrolada, como sempre, não é? Hehe. Relaxa – um tempo pra respirar – Vou indo nessa, vá que teu namorado enxergue essa cena, vai ficar chateado.
- Ele não veio, eu to sozinha. Na verdade, ele nunca vem.
- Que babaca, ele não sabe o quanto é divertido te ver perdida. Eu adorava vir no mercado contigo. Era um pra cada lado e no teu carrinho só tinha doces ou ingrediente para fazer doces.
 - Era engraçado mesmo. Só era chato a parte em que tu não deixava eu levar tanta besteira. – beiço. Fazer comprar sozinha é chato, mas faz parte. E a tua namorada, ta buscando doces também?
- Na verdade eu acabei faz algum tempo.
- Bah, sério? Mas brigaram?
- Não. Só não deu certo. Aliás, deu certo, mas acabou. Essas coisas são bem complicadas. Tu bem sabe! hehe
- É, a Fernanda, minha amiga, esses dias tava falando disso: relacionamento é uma complicada. Eu a questionei, porque a gente não era.
- Com o teu atual é complicado, Ari?
- Ah, sempre é né Rafa...sempre é.
- Com a gente não era.
- É, com a gente não era, mas...E aí, ta procurando o próximo alvo?
- Não chega a ser um alvo, mas já achei. Só to esperando a poeira baixar. Enfim, pra variar, é uma situação complicada, então, vou curtir um pouco a solteirice.
 Sem jeito, Ariela responde: - Nossa, que bacana.
 Rafael pega uma caneta e faz anotações em um pedaço de papel bem amassado.
 - Que isso que tu tanto escreve?
- Ah, é uma coisa que eu esqueci de comprar... Mas e aí, e a sua vó, ta bem? Que saudade dos resmungos dela.
 - Ta bem caduca, mas ta bem. Esses dias ela perguntou por ti. Dai tive a certeza que ta bem caduca mesmo. – risos.
- Vish, elas me odeiam muito?
- Até que não, sabe. Tu foi bem correto comigo quando a gente acabou, então, tudo certo.
- Mas né... E o namoro, emprego, vida..me conta mais sobre!
- Ai Rafa, eu não gosto de falar disso contigo. E sobre o emprego, estou mudando pra outra agência: não vou ganhar mais, mas vou trabalhar menos. Ou pelo menos sair no horário certo.
- Mas você gostava. Lembro de quando ia te buscar e no caminho de casa ia falando como foi seu dia e contava tão empolgada...era tão lindo de ver e ouvir!
Sempre sem jeito, Ari olha pra baixo, mexe no cabelo e fala apressada: - Preciso ir! – arrumando as coisas no carrinho.
O clima ficou muito tenso.
 - Espera, Ari, tua bolsa ta aberta e a carteira quer fugir. – falou Rafael recolocando as coisas dentro e fechando a bolsa.
Se despediram, pediram cuidado um com o outro, e Ariela foi em direção ao caixa.
Rafael, ficou parado observando, saudoso, Ari se afastar. Passa as compras no caixa, tudo sobre o olhar de Rafa, e pega a carteira pra pagar. Quando abre, vê um papel com a letra de Rafael escrito: ‘Linda, vou te esperar, mas ser solteiro é muito chato, então, não demora muito. Quer saber a parte pior? Teu brigadeiro é insubstituível.’
 Ela sorri e baixa a cabeça. Tentou ficar séria enquanto virava pra trás, onde, de longe, Rafael a observava. Olhou nos olhos dele, sorriu e foi embora. Eric acabou fazendo as comprar com um semblante desesperançoso, entretanto, sorrindo. A sorte é que todos os relacionamentos são realmente muito complicados..menos o deles.
Que sorte!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Psiu, já entendi: To te perdendo!

 Eu vejo isso quando te olhos nos olhos. Eu vejo isso quando tu não me olha. Eu vejo isso por demorar para atender uma chamada minha. Eu vejo isso quando tu não me atende. Eu vejo isso quando sai sem rumo. Eu vejo isso quando sai sem mim. Eu vejo isso nas tuas não-respostas. Eu vejo isso com o teu palavreado monossilábico. Eu vejo que tu tenta fazer um esforço pra estar do meu lado e não me magoar, mas não ta conseguindo esconder que ta cansado de mim, da gente e disso tudo que formamos, seja ou casal, um par, ou não. Não pense que eu só reparo e não faço nada, ou que não dói..não pense.
Cara, eu to te perdendo, já entendi.
 Tu sai com teus amigos, não avisa e ainda chega em casa super tarde com bafo de canha. Sinto tuas respiradas fortes antes de entrar no quarto. Tu já nem repara mais em mim e no esforço que to fazendo pela gente. Queria saber qual foi a ultima vez que tu quis me abraçar, me beijar e me sentir, de verdade...
Não tomo a iniciativa porque tenho medo. Medo de ouvir o que não quero, medo que tu conheça outra guria que te faça sentir o que eu não consigo mais. Respiro fundo varias vezes e ate aprendi a contar rápido ate mil, fazendo um esforço danado pra não ser ciumenta nível máster..mas eu vejo tu com alguma amiguinha e fico imaginando que talvez seja ela..talvez seja ela que vá te levar de vez de mim. Eu tenho medo. Não porque ela tenha mais capacidade que eu de te deixar louco, não porque ela seja melhor que eu nem nada do tipo; apenas porque tu precisa de um peido pra acabar com a cagada, apenas porque tu precisa arranjar uma desculpa pra arrumar as malas e bater a porta na minha cara.
Tem dias que eu acho que é paranóia minha e tento me convencer que tu ainda me ama. Mas ai eu começo a falar e tu solta o ar, vulgo, bufa, entediado. Sempre arruma desculpas pra não me acompanhar nos almoços em família, sempre ta cansado e quer olhar jogos. Eu não brigo, não falo nada, não reclamo..mas observo. Fico assistindo tu fugindo do meu mundo, sem ter muito o que fazer.
Qualquer hora dessas tu vai embora e eu não vou fazer nada. Porque olha, meu amor, eu não posso te obrigar a ser meu e ficar comigo. Ver esse desgosto nos teus olhos me machuca.
 Eu queria te dizer alguma coisa que fizesse voltar a ser meu como antes. Queria que tu te declarasse como o apaixonado do começo. Mas eu não posso e não vou te impedir de arrumar as malas e ir. Eu não vou dizer nada enquanto tu junta as tuas coisas e junta coragem pra ser livre.
Vai doer, vou sofrer e vou pensar se eu não devia ter feito algo de diferente pra ficarmos juntos pra sempre. Mas, no fundo, sabíamos que tu nunca me pertenceu.
Eu sei que eu to te perdendo, moço, mas eu não vou te impedir...

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Vou te contar os problemas de não estar apaixonada:

 O mundo todo quer que eu esteja!
Na boa, eu nunca posso estar me curtindo, tem que ter sempre alguém pra chamar de meu – nem que seja seu peguete- ,ou tenho que querer pegar alguém ou estar de cara porque não peguei ninguém. Se fosse só a tia chata, tudo bem, normal, mas no fundo todo mundo te olha solteira com um olhar de cobrança do tipo: e aí guria, e o namoradinho?
 O problema da não-paixão é que quando meus amigos (casadinhos) vão num sábado pra o namorado curtir, e eu fico em casa sozinha – com pipoca, cobertores e filmes – , sempre acabo me questionando se realmente eu não ter alguém é um problema. Sei lá, algum defeito de fábrica. E tudo isso porque eu, por vezes, acabo me convencendo que de ser solteira é sim um problema.
Estamos em meio a uma sociedade careta, que trás o lema de que é melhor estar com alguém, mesmo que má acompanhada, do que estar encarando o desafio de ser feliz sozinha.
Tem sempre um motivo pra estar sozinha: ou não dou chance pra alguém que goste de mim, ou fico demais em casa, ou é porque saio demais pra baladas, não olho pras pessoas certas, pego muitos em uma noite, ou então estou sozinha porque quero. De fato, ninguém sabe a razão. E nem querem saber. Só querem que eu namore! Ninguém se importa se eu quero ou não estar apaixonada. Ninguém se importa se eu quero é conhecer o mundo, colocar meu futuro na linha antes de ‘depender’ e dividir minha vida com alguém. Eu não estou apaixonada, mas eu estou viva e vivendo! Hello pessoal!
O problema de não estar apaixonada é porque eu sempre saio de mentirosa. Ninguém acredita. Daí insistem nas perguntas, insistem, até que acabam machucando.
 Aí eu tento me apaixonar. Tento sentir uma falta que eu nem sinto. Insisto em procurar alguém que eu nem sei bem quem.
 O problema de não estar apaixonada é que acabam me cobrando tanto que acabo ficando perturbada. Porque desde que o mundo é mundo, o desespero sempre ferra tudo!
Eu to apaixonada por alguém...por mim, entendeu?

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vinicius,

Escuta baixinho enquanto lê , é linda.
http://www.youtube.com/watch?v=MmZ1XXUJFIc

 Te esperei..tic-tac..tic-tac..te esperei..tic-tac...te espCHEGA! Cansei . Achou que eu ia te esperar pra sempre? To noiva!
Ele é um homem bom e me trata de um jeito doce, sincero e agradável. Não sei dizer o quanto me ama, se mais ou menos que tu, mas ele não me fez esperar, ele faz valer cada minuto. Ele me conta fatos engraçados e me faz rir..elogia todo dia meu sorriso. Tudo bem que você me fazia rir sem me dizer nada, mas ele super se esforça pra me ver feliz.
 Ele me deixa dormindo e prepara panquecas. Aceita minhas blusas decotadas porque confia em mim. Eu aceito o perfume dele porque confio nele.
Eu odiava a nossa insegurança.
Estamos morando juntos e ele propôs que comprássemos um cachorrinho pra nos fazer companhia. Não lembrou da minha rinite e não comprou lencinhos como tu fazia. Mas ok. Agora tenho um bom emprego, ele também, e to dando aula numa escola aqui perto de casa. A molecada é danada, gosta de funk. Para de rir, não dancei ainda pra eles..idiota! hehehe.
Ele não tem os mesmos gostos musicais que eu. É difícil sairmos pra dançar. Sabe a parte boa nisso tudo? Ele não conhece um terço das musicas que a gente gostava, e isso também e bom porque nos domingos em silencio ele coloca umas musicas que não me fazem lembrar você.
Eu adorava nossos domingos cantarolantes.
 Eu adorava tua presença.
Assumo: sinto tua falta nos dias de frio. Mas principalmente nos dias de sol. Ou nos de chuva. Nos de vento. Ou nos dias de nada.
Quando eu e ele saímos, nunca consigo ficar ate o final dos eventos, ele sempre cansa. Dai lembro de como nós gostávamos de ficar juntinhos em meio aquele povo todo, ficávamos ate as pernas pedirem arrego e então voltávamos pro nosso sofá-cama-de-amor. Lembra disso?
Eu não.
Eu cansei de esperar por ti. Mas eu tentei.
 Droga.
 Eu quis que tu me telefonasse depois deu desligar o telefone na tua cara. Quis que me visitasse depois de te expulsar na minha casa. Eu quis chamegos depois de um dia de TPM e xingamentos pra cima de ti.
 Eu te quis em tantos caras com barbas mal feitas, que ate perdi a noção do meu próprio gosto.
Fica bem,
Letícia.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Se é bom ou não te ver por aqui?

É tipo como se aprende na física: depende do referencial.
 Por algum tempo achei que a gente nunca mais ia se ver na vida. Achei (queria) que tu tinha te mudado pra Marte. Não seria má idéia não é? Mas que bizarro pensar que imaginamos uma vida juntos ao lado de alguém e depois esbarra por ela como estranhos. Tem que torcer pra ao menos nos darmos bom dia/tarde/noite, pelo menos por educação, com aquele sorriso amarelo.
Mas tu sabe que ate é bom te ver por aqui? É legal te ver assim: feliz, bem, ‘’sozinho’’, vivendo tudo o que sempre quis. O mais bacana disso é o nosso processo de amadurecimento. É bom saber que a vida seguiu pra nós dois e nenhum morreu por ficar longe um do outro. – risos-
Mas e o Athos, ainda gosta de roubar maçãs? Ainda estraçalha os chinelos da tua mãe? Dona Cristiane ficava louca..na mesma proporção com que se implicava com as suas namoradas. Principalmente comigo. Alias, acho que depois que a gente acabou ela deve ter feito uma festa com direito à brinde pra comemorar o fato deu ter saído da tua vida. Ate consigo imaginar a cara dela. Tu também deve ter ficado aliviado de se livrer de alguém cheia de sonhos, neuras e manias como eu.
Me conta como anda tua vida depois que a gente acabou: encontrou alguém, diferente de mim, que te completasse, que correspondesse a todas as tuas expectativas? Isso é moleza, quero ver Dona Cristiane aprovar.
 Posso ser sincera contigo? Vou te contar um segredo: achei que, mesmo entre trancos e barrancos, íamos acabar juntos no final das contas. Enfim, que bom que o tempo passa e mostra que as vezes erramos na imaginação.
 Eu to namorando, sabia? Ta ai algo que a minha imaginação não previa: eu ser feliz com alguém que não tenha nada a ver contigo. O tempo faz um bem danado...
Ah, já ia esquecendo: cadê a tua namoradinha? Claro, tua mãe não aprovou também né. Ah, ela ate disse que sentia a minha falta? Achei que ela estava guardando simpatia pra nora certa, e que você guardava a tua fidelidade e o teu amor pra mulher ideal. O que, agora tu diz que eu era a mulher certa? Há há há, que penar amor: cai fora...caí fora!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Se conheceram no verão de 1998.

 A praia, desde então era seu ponto de encontro, brigas, amores, lances, romances. Eram muito diferentes mas se completavam como João e Maria.
Na primeira noite que saíram foi para olhar o céu. Angela estranhou. Os caras daquela época eram mais românticos que agora, mas estranhou essa poesia (des)necessária de Juliano. Por ela sentariam em algum botequim e relaxariam com bebidas. Entretanto, que o espaço fosse aberto. Angela fumava e não abria mão dos seus cigarros mentolados.
Bebidas, cigarros e uma boa companhia eram o suficiente.
Juliano fez questão de buscar Ângela. Com ele, a tiracolo, levou: cervejas, canga e uma blusa extra de frio –pra ela. Mesmo que, para Ângela, Juliano parecesse meio poeta-esquisito, algo mudou quando aquele cara diferente acabou sendo um diferente bom. Ângela, como muitas outras, estava acostumada com clichês de primeiros encontros: bares, jantares, batom vermelho, cueca branca, repetições infinitas de frases rodadas. Pela primeira vez sentia-se confortável.
Observando o céu e as estrelas que nele insistam em brilhar, foi despindo-se. Ficou pelada por algo mais importante que a roupa justa que vestia. Ficou nua na alma. Como menina, confessou historias bobas, enquanto ele indicava bandas estranhas. Ela não fazia idéia daquele gosto musical, nem porque estava ali, mas estava encantada com a vontade dele de misturar dois mundos tão diferentes.
Ficaram horas esticados na canga, sem ver o tempo passar, nem se quer lembrar do tal do botequim. Fizeram a alegria do pipoqueiro, que quando Ângela reparava também olhava para o céu. O céu parecia conversar com alguém.o vendedor e Ângela talvez concordassem com Juliano: era o momento de apreciar as estrelas.
A lua se fazia gigante naquela noite.
Ângela entrou na vida de Juliano da mesma forma que as estrelas invadem o céu: despercebidamente encantadoras. Ele estava ali. Ela precisou olhar para perceber que o amor é um simples esticar de cangas na praia.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

William,

 Depois que tu me mandaste a carta, muita coisa tem acontecido e mudado na minha vida. Enfim, só consegui te responder agora. Nesses últimos três meses sinto que tu e tudo o que ‘deixei’ aí no Brasil tem se tornado cada vez mais distante aqui em Paris. São tantas sensações: estar trabalhando em algo que eu realmente almejei mas morar em uma pensão; ter todos curiosos pelo meu sotaque gaúcho mas as pessoas frias e sem muitos contatos comigo. Tento lidar com tudo isso, tento nem pensar na minha volta, porque acredito que se viver o presente sem pensar seja menos receoso, sufocante e saudoso.
Confesso que escrevi esse e-mail e apaguei-o algumas (muitas) vezes..tinha decidido não te responder. Li, logo que cheguei por aqui, em algum livro que não recordo o nome, da autora que eu acho que o nome deve ser Patrícia Mores/Morales/M-algumacoisa , que devemos cortar o amor pela raiz, e desde então era isso que vinha tentando fazer. Que besteira não é? Decidi te responder, quando estava matando a saudade do Brasil ouvindo uma rádio online e tocou uma canção com a melodia tão linda e a letra tocante...’’como cortar pela raiz, se já deu flor. Como inventar um adeus, se já é amor’’. Nós merecemos uma explicação mais palpável. O nosso jardim demorou tanto pra ser construído e se deu de uma maneira tão bonita que é demais eu deixar as flores secarem sem ao menos dá-las um gole d’água.
Olha só: conheci uma pessoa aqui. Sentia-me muito sozinha e o destino, ou a sorte, me levarem/trouxeram ate ele. Marcus, desde então, tem me ensinado muito sobre arte e a cultura daqui, me levou a lugares incríveis, me fez saltar de asa-delta sem receio e me faz feliz. Acredito que a última parte vá te chocar um pouco e peço desculpas se te magoou. Sei que vai parecer clichê, mas quero muito, de verdade, do fundo do coração, que tu sejas feliz também.
O Frasson, meu cachorrinho, está na casa da minha mãe. Adoraria se tu fosses visitá-lo, tenho certeza que ele também gostaria..sempre gostou muito de ti. Ah, se a resposta para a visita for negativa, não tem problema. Não pense que tu és egoísta. Talvez eu faria o mesmo no teu lugar. Estamos tomando rumos diferentes. Nosso amor não esta menor, ele só mudou de forma.
Estou escrevendo essa carta na segunda garrafa de cerveja amanteigada..tu ia adorar. Alias, tomara que tu sinta esse abraço que me deu vontade de te dar agora. Não quero que deixemos de pensar com carinho um no outro.
Depois desses messes longe, desse tempo sem nos falarmos, acho que somos meros conhecidos que se conhecem super bem. Melhor dizendo, somos meros conhecidos que já se amaram super bem.
Só tenho que te agradecer pela sinceridade desde o primeiro dia e pelo amor até o último momento. Saudades de ouvir Nenhum de nós e lembrar de ti.
 Te cuida,
 Luíza.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Sou do tipo de pessoa que recebe muitos pedidos de conselhos sobre relacionamentos,

e na verdade, minha vida amorosa não é das melhores. Ok, ela não é nada legal.
Já devo ter dito aqui o quão esquiva eu sou para com relacionamentos. Mas o que as pessoas não entendem é que eu não posso responder se devem ou não agir de tal forma antes que as mesmas reflitam nas escolhas como casal e como isso interfere no seu mundo. Porque mesmo quando estamos em um relacionamento, não podemos dividir o nosso mundo.
 Vivemos em uma época de pessoas insensíveis. É verdade. A espera de uma mudança de status em redes sociais traz um culto à euforia que, muitas vezes, acaba sendo compartilhada sem critérios e com pouca duração.
 Nesses pedidos de total desespero, me desculpem amigos, mas falta uma dose de racionalidade pra tomar decisões..ou mesmo faltam critérios para analisar a si mesmo e não (somente) o outro. Fica muito claro, pra mim, o egocentrismo em certas decisões. Alias, decisões não giram em torno do seu umbigo, viu, existem pessoas que podem sofrer com os efeitos de más escolhas, e precisa ser pensado em longo prazo..o futuro já começou! (eu escrevi isso cantando a música..maldita mídia)
 Hoje dizem que falta amor nas pessoas. Não falta amor, falta é sabedoria!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Ele gostava de ruivas, baixinhas estilo mignon, de olhos claros, suave, terna, meiga.

 Ela gostava de homes morenos, mais velhos, altos, intelectuais, interessantes, pé de valsa. Até que o destino resolve dar uma brincada com ambos. Ela se apaixona por um moleque loiro, baixo, narigudo, birrento e um zero a esquerda no quesito dança. E ele acaba ficando de queixo caído por uma mulher que de altura era quase uma jogadora de vôlei, loira, com sardas, temperamental.
A pergunta que os dois se fazem: o que eu vi nele? Que diabos eu vi nessa garota?
Fugiram do padrão. Não fazem o tipo um do outro. Eles são opostos do que esperam pra um relacionamento.
Ele tem manias esquisitas, não gosta de ler.
Ela é brava, indecisa, quase bipolar.

Reveja seus padrões..cupidos são traiçoeiros! 

sábado, 15 de março de 2014

Eu me encantei por ti no momento em que te vi sorrindo.

 Me encantei quando disse que ouvir Nando Reis era coisa ultrapassada, quando bocejou ouvindo Luiz Marenco, indo pra casa, no meu carro. Teu gosto musical era um tanto duvidoso, reclamava de muitas coisas, discordava de tudo e todos, me encantei. Nas tuas piadas sem graça, eu ria, e reparei que estava perdida em ti.
Não tínhamos muito a ver. Ok. Não tínhamos nada a ver. Mas é com os casais improváveis que as coisas fluem, não é isso que falam por ai? Nós mandamos ver. Quebramos tudo: cama, pratos, inclusive corações.
Eu me apaixonei por ti no momento em que senti o sex appeal que exala por todo o teu corpo. Me apaixonei pela tua pegada, teu jeito de me descobrir, abrir meu sutiã e pegar forte meu cabelo. Tua cara de moleque safado, homem canalha, me fazia apaixonar, enquanto descobria pouco a pouco em que lugar tu estava na minha lista de caras errados. Nessa seleção, enquanto isso, entendi que você era realmente um cara errado. Me apaixonei ainda mais.
Eu me encantei pelo teu jeito menino, intenso, acelerado, instantâneo, pirado, desenfreado, que eu sempre sonhei. Eu me apaixonei pelo teu jeito homem prudente, sereno, duradouro, lúcido, pé no chão, controlado, que eu sempre quis.
Eu me apaixonei por ti e não me arrependo nem me sinto culpada. Entretanto enquanto eu me desapaixonava, descobri que era fugaz, e que ia sair da minha vida do mesmo jeito que havia entrado: rápido. Éramos carne, química, sexo, mordidas, marcas..só!
Agora que findou-se, preciso te dizer que ouvir Nando é muito bacana. Que Marenco representa uma geração com bom gosto musical. Que com as tuas piadas sem nenhuma graça,  só era mais um babaca. E, ainda assim, tenho de admitir que me encantei por ti

domingo, 9 de março de 2014

Hoje amanheci feliz.

Demorei alguns minutos pra assimilar o que aconteceu na noite passada, mas assim que meus olhos abriram, senti que algo havia mudado. Será mesmo que eu tinha recebido aquele sms do Rafael pedindo desculpas por estar a tanto tempo longe? Será mesmo que não havia sido um sonho?
Numa tentativa frustrada, apalpei o bidê apalpando meu celular e só encontrei-o enrolado em meio às cobertas. Era agora ou nunca. A hora ‘H’. Clico em mensagens e conto até 3 para abrir a caixa de entrada: lá estava a mensagem dele, com a cartinha quase pulando pra fora querendo dizer ‘’ei, é verdade, estou aqui. Leia-me novamente para eu ver esse sorriso.’’
Céus, esse guri mexia tanto comigo e eu não sabia dizer ao certo o porquê. Só pode ser aquela historia de amores mal resolvidos, sabe, que eles ficam te atormentando até que tudo seja concertado.
A gente tem essa sina de precisar ter a confirmação: do começo, do meio e principalmente do fim. Gostamos e precisamos ouvir ‘’acabou’’ soletrado e bem alto e ainda pedimos mais, pedimos a sinceridade de um ‘’não gosto mais de você’’. Mas e quando esse script muda? E quando o término vem com o silencio, olhares perdidos, cabeça baixa e caminhos diferentes? Eu chegava a pensar o quanto ele sentiu minha falta, será que ele tava pensando em mim. Eu pensava. Não que eu pensasse nele o dia inteiro mas ele sempre vinha em alguma hora do meu dia me dar um ‘oi, ainda estou aqui, dentro de você’..tanto quando eu lavava os cabelos e lembrava que ele dizia que o meu cheiro natural era melhor do que qualquer shampoo e condicionador bafônico no mundo; seja quando passava um carro de cor estranha e eu lembrava que ele dizia que a melhor cor pra um carro meu seria um verde caganeira. Talvez a convivência tivesse deixado um pouquinho dele em tudo que eu fazia.
Tinha dias que o choro se recusava em sair, que eu sonhava com seu sorriso e abraços tão presentes. A minha vontade de voltar e deixar o orgulho de lado era tão grande, mas aí eu lembrava que ele não era mais o mesmo, que ele era de outra e que o Rafael que eu conheci dera lugar a outro homem com ‘qualidades’ que eu desconhecia.
Fui procurar um lugar pra almoçar. Passei pela praça principal. Me escorei numa árvore. Coincidência ou não, era a nossa árvore. REMPS (Rafael e Manu para sempre), escrito com canivete no tronco. Quanta tolice.
Nesse momento me assusto com alguém que chega por trás e me dá um abraço caloroso. Eu senti falta desse abraço. Sabia que era ele
- Idiota, você sempre me assusta!
- E você sempre cai – risos- sabia que você ia passar por aqui logo que acordasse. Estava com saudades. Vim te ver. – silêncio- então, me conta o quão ruim tem sido tua vida sem mim – ele me provoca enquanto me puxa pra sentar no banco ao lado da nossa árvore.
- Para o seu governo, estou me divertindo muito. Não é isso que todos dizem que é pra os solteiros fazer? Pois bem, só estou obedecendo.
- Acho que ainda te conheço um pouco e não consigo acreditar nisso...
- Credo, tu é sempre tão convencido. Afe.
- É porque achei que a tua vida, Manu, tivesse sido tão horrível quanto a minha.
Ele sempre dava um jeito de me deixar sem graça e sem palavras.
- Rafa, é que...
- Ei – ele me interrompe- sei que tu tem toda a razão de me odiar e me achar o cara mais ordinário do mundo, porque realmente eu fui, querendo provar pra todo mundo que não precisava de menina nenhuma pra ser feliz. E não precisava mesmo. Precisava de mulher. Ou melhor. De você. Eu só precisava me conhecer de novo.
- você parecia muito bem declarando amor pra tua namoradinha.
 Ele suspira, dá um sorriso, e pega no meu queixo.
- Você é muito tola mesmo. Meu namoro não tinha nada de perfeito. Eu gosto de pessoas imperfeitas. Na verdade, gosto das tuas imperfeições. E não entendi porque não conseguia ser feliz com ela..por que só pensava em ti.
- Rafa, é porque é impossível seguir em frente quando a outra página ainda não recebeu um ponto final.
Ele me encara e logo questiona
- E você quer dar um ponto final ou prefere acabar essa história da melhor maneira?
- Eu..eu..
Nos beijamos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ai, não sou namorável!

Ouça essa canção, a música do nosso futuro casamento, enquanto lê. http://www.youtube.com/watch?v=QgaTQ5-XfMM

 Era assim que Mônica respondia quando perguntavam porque ainda estava solteira. Mas o que Mônica não sabia, é que não conseguia esconder nada no seu olhar.
Eduardo era um amigaço, daqueles do tipo anjo, entretanto, era um tanto questionador. Esqueci de contar uma parte importante: entre eles existia um sentimento incomum entre dois seres..era um q-u-a-s-e-a-m-o-r, tudo junto, assim mesmo, pra parecer mais amor do que quase.
''E os dois se encontravam todo dia 
E a vontade crescia 
Como tinha de ser''
 -Fiz uma cagada quando te pedi em namoro, não é? , dizia Eduardo exaltando o quanto era feliz quando estava perto dela.
- Não foi tão feio assim. Só não estava no plano..pelo menos não nos meus planos. – Um riso tímido intercalou a conversa – E quer saber mais, Edu..tu não sabia onde estava se metendo, querendo ter um poço de confusões como namorada.
- Nem é tanta sacanagem assim namorar contigo, rum!
- Namorar me assusta. Desculpa a sinceridade. Sou meio arisca e evito ao máximo pensar nisso.
- Sabe, muitas vezes eu me perguntava aonde eu tava errando ou pecando por não conseguir te conquistar. Eu tinha como objetivo ser o homem certo pra ti, não apenas o amigo certo.
- E eu tinha um objetivo único: nunca te magoar. Enfim, falhei.
- Tu nunca me magoou. Me fez chorar? Sim Me deixou triste? Sim Mas nunca, NUNCA me magoou.
‘’Eduardo e Mônica eram nada parecidos(..) 
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa 
Que nem feijão com arroz’’ 
- Quando eu achar alguém que entende meus defeitos e me aceite assim, talvez mude de opinião sobre me relacionar com alguém. – responde Mônica tentando fugir do assunto, como sempre.
- Mô, tu sabe do meu amor, carinho e respeito por ti. Mas o que tu não sabe são os motivos por tudo isso. Tu és linda, como muitas são..e mesmo não dando a mínima pra estereótipo, tu prende minha atenção. Mas não te amo (só) por isso. Eu te acho namorável e não tenho 'medo de namorar contigo porque a coisa que mais me chama atenção em ti são teus defeitos, tuas birras, tuas manias. Defeitos que te fazem diferente e que te fazem tão...tão...tão... Mônica.
A distância entre seus lábios ficou curta. O beijo tinha gosto de cumplicidade. Um abraço longo finalizou o momento.
- Tu merece um desabafo: tenho em ti meu maior e mais valioso porto seguro. Onde o sorriso é o farol e o abraço, o aconchego – Eduardo revela, com um sorriso incrível no rosto. – Agora é tua vez!
- Eu te amo! – diz Mônica, em seu melhor desabafo.
''Quem um dia irá dizer que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? 
E quem irá dizer 
Que não existe razão?''


Ps¹ Baseado em em fatos e conversas reais entre algum Eduardo e alguma Mônica perdidos nesse mundo.
PS² Trechos da música Eduardo e Mônica - Legião Urbana.

Ta vendo aquele moreno de azul escorado no bar, garçom?

 Aquele homem, garçom, costumava ser chamado por mim de ‘amor da minha vida’. Olha lá aquele sorriso largo e lindo, como sempre. Ele sorri como se nunca tivesse magoado ninguém. Deve ter muitos aqui, bebendo e se divertindo, com o mesmo discursinho barato dele, com as mesmas promessas vazias. Ele deve estar esperando alguma menina. Ele vai segurar a mão dela o tempo todo e pedir os pratos mais caros pra deixá-la impressionada. Eu sei que ele tem cara de bom moço, garçom, mas não se deixe levar..eu já me deixei.
Eu sempre achei que tivesse achado o cara certo sabe até que tudo acabou e eu comecei a rezar pra que ele tivesse sido o cara errado. Mas ele foi o errado, sabe. É sério, senta ai. Ele foi errado por ter me feito acreditar. Ele foi errado do começo ao fim, desde o primeiro olhar, sorriso, o primeiro beijo, a primeira promessa. Promessa de ser única na vida dele. E não adianta achar que com a próxima vai ser diferente. Tira esse sorrisinho sarcástico do rosto porque eu sei o que to dizendo.
Vou te contar, o ultimo garçom que nos serviu nos olhou admirado falando que achava que éramos pra sempre, que formávamos um casal lindo. Ficamos eu e o garçom, só eu e ele, crentes que ali estava um casal que duraria. Coitado de nós.
Mas tu, garçom, já esta mais que avisado. Ele vai seguir o mesmo script: dizer que esta muito mais feliz agora com ela, que ela é linda, que faz planos ao lado dela... e agora me diz: não é de dar gaitadas com toda essa situação? Ele não tem vergonha. Se tu e ele soubessem quantas mulheres esperam a ligação dele. Se a próxima soubesse quantas outras babacas já acreditando no olhar que ele jura que é sincero.
Não, calma, não quero água pra me acalmar. Não tenho raiva dele, garçom. Talvez seja um pouco de mágoa, mas a raiva..essa já passou. Você já esbarrou por aí com gente assim, garçom? Como essas pessoas que levam amor, compreensão, calma, perdão e depois desfilam por bares como este com seus novos amores, como se nunca tivesse deixado cicatrizes em outras pessoas.
Garçom me empresta esse papel. ‘Eu trocaria uma dose de tequila, um copo de vodka, uma lata de cerveja por esquecimento, coragem, força e vergonha na cara. Quero um porre de desapego e pode trazer a conta.’ Entrega pra ele.
Ah, garçom, me vê uma dose de amor próprio que hoje eu quero é perder a memória.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Nesse nosso tempo,

 não cheguei a compreender se os teus defeitos eram mais intoleráveis do que essa tua mania tão incompreensível de demonstrar afeto logo de cara. os teus discursos não me convenciam. Tuas atitudes não condiziam. tuas declarações de amor eram..opa, acho que não era amor. Tu mal me conhecias. Não sabia meus medos, minhas manias, meus projetos de vida, meu filme preferido, meu modo de prender o cabelo ou a falta de jeito. Tu nunca soube que eu adoro prever o que vai acontecer no final das novelas, que eu me faço de culta, que eu sou introspectiva mas também adoro aquela revista de fofoca, que eu choro. Você só soube do que quis saber. Você só viu a pessoa que gostaria de ver. Você só não me viu chorando porque não prestou atenção...eu choro, viu! Tu amava a imagem que tinha de mim. Não me amava. Pra bem da verdade, eu só peguei a bebida na mesma hora que você e dancei por perto quando você estava a fim de se apaixonar. Dizer que eu era a garota mais sexy não foi um jeito de me conquistar. Dizer que me amava no primeiro encontro fez com que tu perdesse pontos comigo. Vou te ensinar uma coisa que aprendi muito cedo: eu te amo, não é bom dia. Amor é muito mais do que as borboletas que tu pode ter sentido no estomago. Exige jeito, convivência, olho no olho, segredos, afetos, cumplicidade...química! a gente tinha uma história, mas não tinha química.
 Você não me amava.
Eu não estava tão a fim de você.
Vou te dizer que teria sido realmente uma honra, moço, se não tivesse sido tão aporrinhador!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

tu..tu..tu..

Vou tentar mais uma vez.
Ta chamando.
Ta ocupado.
tu..tu..tu..
Atendo o celular.
To cansada de discar o mesmo número.
Atende, por favor, o celular.
Já é a décima mensagem eletrônica que eu deixo.
Sim..to pedindo desculpa em todas elas.
Já entendi que fui uma tola contigo. Já sei que não era a hora certa ainda de dizer 'eu te amo'.
Uma frase estragou tudo. Entendi.
Estávamos aprendendo aos poucos a ter ritmo. Estávamos aprendendo aos poucos o passo novo da nossa coreografia.
Atropelei todo o processo. Quis um espetáculo completo.
Te assustei. Desculpa.
Não some.
Me atende.
Faz um check-in no facebook contanto onde tu tá.
To ficando preocupada. Me manda notícias.
Fico pensando seriamente se tu tomou a decisão de um caminho onde eu não te encontre mais.
To fumando feito uma louca nessas últimas noites.
Mais um masso se foi.
Liguei o rádio. Tua música favorita toca. É instrumental. Saxofone. Ficou linda essa versão.
Mais saudade.
Poxa.
Fui levar o Boo pra passear. O moço da feira perguntou de ti.
Quase atirei uma pedra nele. Quase pedi pro Boo atacar.
Mas enfim, ele não teve culpa da tua escolha.
Mas eu também não tive.
Era a tua vontade..ué.
To sentindo tua falta. O mundo também.
Desculpa, vai.
To olhando tevê. Esse programa não tem mais graças sem ti. Quem vai por apelidos nessa mulher maluca?
Foi mal.
Te afastei.
Meu Deus.
Silêncio.
Espera.
O telefone tocou: é você?
Uma mensagem: Um príncipe de carro branco chegou ao castelo da princesa em busca dela, na torre 201.
Suspiro.
É o meu apartamento.
É a minha campainha tocando.
Corri. Abri a porta. Sorri.
'Eu te amo'.
Meus olhos mostravam o quanto eu te pertencia. Ontem. Naquele momento. Sempre.
Sou tua.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ela já não sebe quantas vezes já reescreveu esse texto.

(leia, baixinho, ao som de Just The Way You Are, nessa versão
http://www.youtube.com/watch?v=GhFSgnvKqm4 )

 As tentativas até que foram boas..mas esse ‘até’ incomodava-a. Pra bem da verdade, eles sempre foram um teste, como um pré-roteiro. Perderam as contas das vezes que ensaiaram cenas.
Ela achava que o amor, necessariamente, deveria acontecer logo, e que as chances dele nascer com o tempo eram perdidas. Pensando assim, não dava chances pra os sentimentos. Eles se viram. ‘nunca daremos certo’, pensou ela tentando prever o futuro. Ela tinha medo que as pessoas gostassem dela. Tinha/tem medo do amor. Não sabe como lidar com isso.
 Eles dormiam quase abraçados. Viviam quase sempre conectados. No fundo, pensando bem, era tudo q-u-a-s-e.: quase juntos, quase namorados, quase dava certo, quase uma historia, quase foi daquela vez.
 Ele a enxergava além de tudo que ela tentava ser. Ela era um livro escrito em hebraico. As pessoas, em geral, não saber ler hebraico. Mas ele sabia. Não sei se exatamente hebraico, mas ela..ele lia ela de uma maneira perfeita.
 Ela era a guria perdida no meio de pessoas ‘normais’. Ele, alguém capaz de traduzir a incompreendida guria louca. Ele também era louco, mas talvez ele não soubesse disso ate conhecê-la. Ela queria algo que a encantasse e não fosse embora. Ele sempre ia embora. Literalmente. Mas decidiu ficar e tentar se encontrar em meio a tanta bagunça. Não, não era o quarto..era a vida dela, mesmo.
Ela pensou em recuar. Na verdade, era recuou. Pra bem da verdade, ela recua até hoje. Não adianta de nada. Porque aquele clichê de que ‘o tempo vai te dizer’..pura mentira. O tempo não diz nada. O tempo só aumenta o que de verdade é. Ela sempre soube que a antiga namorada dele não era a guria certa pra ele. Mas ela também não se sentia a guria certa. Pra ninguém.
Eles trocavam palavras por abraços. Ah, os abraços. Diziam muito mais do que ‘sempre estarei aqui com você’, eram do tipo ‘sempre estarei aqui por você’.
Era amor. Mas se torna, como sempre, um quase amor. Desses que as coisas acontecem lentamente, sem afobação, sem destino. Porque um destino precisa de um caminho. Não existe nenhum caminho. É um ziguezague total.
 Ela tentava em meio às decepções que estava cansada de decepcioná-lo. Também estava cansada de se decepcionar. Ele sempre quis dizer que aquela amizade tinha urgência de ser algo mais. Ele quis dizer quando tinha arrepios perto dela. Quando ouvia uma musica pensando nela. Ela se achava tola demais pra falar. Optava por não dizer nada. Todos viam. Ele sabia. Ela também. Era explícito. Se fosse pra ser, eles saberiam. Ambos sabiam que nunca dava. Sempre quase dava.
Ela desconfiava que era ele. O guri que a fazia passar o dia todo com o olhar vago. A olhava nos olhos e a decifrava por completa. Até pelo sorriso. Ou a falta de sorriso. Ele desconfiava que era ela. Mas era diferente: ele procurava a brisa, a calmaria. Ela era o furacão. Ele queria uma constante. Ela era momentânea. Ela sempre quis a felicidade plena dele. Ela sempre quis ser a guria que o fizesse um bem incondicional. Ela sempre quis dizer isso. Nunca disse.
O jeito que o abraço dele se encaixava no tamanho dela, era perfeito. Parecido com a perfeição que era o alcance do braço dela no pescoço dele. A ultima escrita, era por pouco. Mas por pouco, era.
 De longe quase eram visto como amigos. De perto, eram quase um casal. Com um beijo que quase sempre supria alguma coisa que não sabiam o que. Mas um casal. Quase. Eles sempre diziam que se amavam. Ele dizia que amava quando ela ria. Dizia que a queria por perto em todos os momentos de sua via. Ele dizia que do lado dela um dia de ‘dormingo’ era mais gostoso. Ele sempre dizia que era ela..só ela..e que ia ser ela. Ela pensava em contar sobre planos futuros, viagens ao mundo com ele e todos aqueles sonhos bobos que uma mente sonhadora como a dela imagina. Ela nunca precisou dizer nada. N-a-d-a. Ela sabe que ele sabe. E ele sabe..ah, sabe!
Descobriram, enfim, que um quase amor também é amor. E é bom também. Mas mesmo assim continuam sendo quases..várias vezes..vários quases..

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Parei com essa vida bandida: vou casar..já casei!

''Agora sou um homem sério. Sou casado.'' Como se muita coisa fosse mudar na tua personalidade por morar com uma pessoa, por ter uma aliança.. À vocês que acreditam em pessoas que mudam pós casamento, sinto lhes em dizer que casamento não importa em nada. A festa bonita, cara e as roupas chatas, não importam. O bolo gigantesco que sempre sobra, os doces que só engordam, as fotografias falsas, não importam. Calma, não é que eu não acredite no amor e nem na mudança das pessoas. Só acho muito banal, banal demais, dizer que virou outra pessoa porque passou a usar aliança na outra mão e porque gastou trilhões em uma festa de casamento chata. Meu bem, teu caráter independe disso. Tu até pode ser menos, mas vai ser cachorro pro resto da vida.
Sabe por que eu digo isso tudo? Porque acho que casamento começa desde a primeira mão dada e cheirinho no cangote como casal mesmo..Naquele momento em que tu promete um relacionamento com a pessoa e deve passar a ser fiel para com ela. Casamento começa no momento em que você gostada pessoa mesmo sem saber que o teu chocolate preferido é o odiado por ela. Casamento é a comemoração do sentimento mais nobre: o amor. E o amor, amigos, é diário. Casamento é muito mais que a união das pessoas. É o compromisso, enfim, que importa muito mais nessa confusão toda. E pra bem da verdade, quando você pede um beijo, uma saída, um colo, um cafuné, uma fidelidade; quando você diz: amor, fica comigo nesse final de semana...você fazendo um pedido de casamento. O nome que tudo isso leva: namoro, ficação, noivado, enrolado, solteiro (porque ser solteiro não é ser/estar sozinho), casado; não importa em nada. Pessoas realmente sérias, meus caros, sabem disso..que o que vale são as mãos e as bocas entrelaçadas dividindo a vida uma da outra.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ei, tu ai!

vai lendo, que depois, quando me conhecer, tu já vais estar no ponto pra me conquistar, ou manter conquistada, como preferir.
tu não precisas de uma graduação, mestrado e nem doutorado pra me entender, embora pareça que precise. eu sou fácil de ser decifrada. sério, não ri. sabe o que é difícil mesmo? difícil é se manter entendido desse mistério já decifrado. sou uma mudança constante. ainda bem!
tu não precisas, e eu nem quero, me ligar todas as noites e me encher de mensagens de bom dia. eu gosto das coisas simples. pode me acordar com uma simples cafungada no pescoço e já me fará a guria mais feliz do mundo. só não me minta, por favor. odeio mentira. de preferência, nunca vá embora também. eu não sou muito adepta à despedidas, embora, as vezes eu faça questão de beber um pouquinho de nostalgia, saudade. saudade, pra mim, é matada na boca, na pele, no corpo.
ah, tu precisas ser perfumado. amo cheiro de homem. sejas educado também. eu estou longe de ser certinha e levar uma vida regradinha, mas sou cheia de manias e métodos de organização.
já sei. eu sei o que vais falar. eu pareço meio estranha não é?  não é minha culpa. eu juro. mas é que depois de tudo que a gente passa nessa vida, passei a ser mais fria, seletiva, exigente. chata, se tu preferires. eu pareço ser metida a durona também? é, já me disseram isso. mas é só uma casca grossa, uma espécie de armadura mesmo. não troco um namoro sólido por nenhum croassant gigante, por mais tentador que seja para uma gordinha.
minha melhor amiga é minha mãe, mas como é mãe, nem sempre sabe de todas as coisas, entende? eu sou bem parecida com ela: somos de extremos. oito ou oitenta. sem meio termos. mexam com ela e não mexam comigo. instinto leoa, sabe como é. não evite contatos com ela. ela irá te avaliar do mesmo jeito. se ela for com a tua cara: pa-ra-béns, tu já pode ser meu futuro marido. caso contrário...coitado!
mas o segredo de me ter por perto, é gostar das pessoas que eu amo. não precisa amar, mas ao menos respeitar e não fazer cara feia. eu farei o mesmo com os teus parentes e amigos, relaxa.
quando eu sumir, respeita. preciso do meu tempo introspectiva.é, muitas vezes, pra não te preocupar também. entenda.
tem pudim na geladeira. a tijela ta em cima da mesa. tem colherinha na gaveta do armário da pia. e tem água gelada do jeito que tu gosta. mas não demora muito. eu adoro pudim. água também. se demorar. já eras. digo isso em todos os sentidos, porque  não costumo me prender aonde não me seguram...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pra bem da verdade, ela sempre foi demais pra ele.

[vocês podem ler o texto curtindo esse som.. 
http://www.youtube.com/watch?v=PL53fH-x0rw&feature=youtu.be]

Não é brincadeira nenhuma. Ela sempre foi muito. Nem só pela beleza que ela tinha - era linda por fora e por dentro, não saberia dizer qual a parte mais bonita -, mas porque ela nunca se importou com o que ele tinha - carro do ano, casa na praia, um projeto verão em dia, era do pagador de festas pra todos -. Ela enxergava muito além das superficialidades dele..apaixonou-se pelas qualidade que ele não tinha. 
Ela se sentia única por ter tido a 'sorte' de ser escolhida para ser o amor dele, e sorria diante das declarações cheias de erros gramaticais e de falso amor. Ela era uma princesa e se sentia num contos de fada com ele. Ele, não conseguia sequer ser um sapo. Mas sei lá, a paixão tem dessas coisas loucas de nos deixar cegos. Entretanto, era tão triste vê-la com os olhos imersos na superficialidade dele, coitada.
Toda a segunda era dia dela. Poxa, só segunda? Mas ela se contentava com isso..fazer o que?! Nos outros dias eles saia. Nas sextas-feiras, era dia de sair com elas, sair rodeado de piriguetes. O mundo inteiro sabia que ela não era mulher para aquele moleque. 
O sorriso dela era lindo e largo, mas aquele desamor quase o apagou. Quase. Ela conseguiu esquecer a tempo. Doeu e chegou a pensar que não suportaria, porque, você sabe, dói mesmo. Mas passa. E pra ela passou. Ainda bem.
Guardou tão bem o brilho do seu olhar, pra que ninguém conseguisse ver sua dor, que quando foi procura-lo, não achou mais. E foi então que ela continuou tão bela e tão mais mulher, que me inspirou a escrever - e ela nem sabe que serviu de inspiração pra algum texto meu-.
Ela não foi a primeira e vai vai ser a última a ter amado um idiota. Quem nunca, não é?. O importante é que todos os pedaços dela continuaram com ela. Ele não levou nada dela a não ser a saudade daquela mulher. Ele foi como uma tempestade, que acaba ensinando a gente a ser mais forte. Ela, bem, ela tá mais ela do que nunca: bonita, viajada, estudada e bem amada. Não, não, ela não conheceu ninguém nesse tempo...é amor próprio mesmo! E o melhor, é que ela nem precisou me contar isso tudo...Percebi no seu olhar. Quem a via com ele, um cara tão desprezível, não imaginava o quão mulher forte e autossuficiente ela era. Ela é. 
Enfim, ela passou por ele e deixou marcas - bem fortes e inesquecíveis, por sinal -. Afinal, mulher de verdade sempre marca babacas. E ele? Bem, ele no passou...

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

ei pequena, quanto tempo não nos falamos?

como tu estás? fuço nas tuas redes sociais direto pra buscar a resposta. 
ando fugindo das pessoas que perguntam de ti, entretanto cruzei com o teu pai na rua, esses dias, e ele me abraçou forte e falou que eu tava sumida de lá e que estavam com saudades minhas. ô sua tonta, porque não contou pra ele que não conversamos mais fazem meses? deveria ter contado, porque eu entrei numa sinuca de bico, minha cara sempre entregando quando eu to mentindo. contornei a situação, porém acho que ele não acreditou muito. falei que andava sem tempo, que a faculdade e a dança andavam me tirando a vida social, e que a culpa era toda minha, tu não tinha nada a ver com eu não ter aparecido mais por lá. ele me disse que tu anda brigando muito com a tua mãe, que anda estudando muito e emagreceu muito. ei, tu pode parar de fazer greve de fome? será que não lembra mais do que te ensinei? tu é linda e ponto. para com essa besteira. sobre algumas coisas que ele não precisou contar mas que eu até ja sei do que se trata, me perdoa mas chega a ser ironia do destino dizer que eu te avisei. tu nunca gostou muito desse meu jeito supersincera de falar as coisas na lata, e não foi diferente quando eu falei poucas e boas sobre ele. não sei bem o que tu pensou. achou quem sabe que eu estava com inveja e queria te separar dele. nos afastamos. eu entendi. quem precisa de amigas quando se vive num mundo cor-de-rosa com o namorado, não é mesmo? todo mundo!  sem contar que isso ta errado: uma pequena sem sua metade grande, e vice e versa. e quer saber? eu ainda estou aqui por você. escrevo mensagens de madrugada. te conto sobre as minhas novas peripécias, as novidades amorosas, as minhas preocupações, peço tua opinião, digo que te amo. apago.  nem se mais pra que número enviar mesmo. tu continua tendo insônia e lendo cartas de amores impossíveis? com a insonia eu continuo, já as cartas nao leio mais, agora só escrevo-as. 
teu pai me contou que já teve muitas gurias que iam direto na tua casa e faziam coisas muito parecidas comigo. ta difícil substituir? a recíproca é verdadeira. eu só nao queria que você fosse passado, entende? que os nossos planos de morarmos perto uma da outra, ser madrinha de casamento, ter filhos para serem melhores amigos, assim como nós, fossem esquecidos. 
tava até esquecendo de te contar. depois que a gente ''brigou'', veio um monte de gente falando mal de ti pra mim. mas fica tranquila, como sempre, eu te defendi. queria te contar algumas coisas..acho que tu ia gostar e se sentir orgulhosa de saber o quanto eu to mudada. que droga! nao me livro dessa mania de querer te contar as coisas que acontecem comigo. 
mas mesmo longe tu tá sempre perto: dentro do meu coração. as vezes ouço a tua risada irritante e teus soluços loucos. dou risada sozinha. não fomos amigas pra sempre, mas nesse tempo fomos amigas de verdade. 
então é isso. o orgulho já tá dando sinal e vou parar por aqui. gosto de te ver feliz, mesmo distante. 
só me promete que vai te cuidar, ta! e não destrói mais amizades verdadeiras que por acaso apareçam na tua vida. tu tem uma vida toda pela frente, não te acomoda. eu vou continuar sendo essa filha da mãe orgulhosa, que morre de saudades mas prefere fingir que ta tudo sob controle. eu sou assim. sei que tu entende. queria te nojo de ti nem que seja um pouco, mas torço por ti todos os dias.

ps: consigo ouvir a tua risada
ps¹: não chora
ps²: te amo, pequena.